TCU vai investigar repasses milionários do governo Lula a ONG do ABC
Organização tem como sede uma sala no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, berço político do petista

O Tribunal de Contas da União (TCU) acolheu e autuou a representação para investigar convênios entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a ONG Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil), entidade que tem como sede uma sala no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, forte reduto petista e berço político de Lula.
Os contratos colocados sob suspeita pela oposição ao governo Lula chegam a 19,1 milhões de reais e foram firmados entre a ONG e os ministérios do Trabalho, Direitos Humanos e Desenvolvimento Agrário. O pedido feito ao TCU partiu do vice-líder do PL na Câmara dos Deputados, deputado Ubiratan Sanderson (RS). “A atuação do TCU é fundamental para garantir que o dinheiro público seja aplicado com transparência, legalidade e sem aparelhamento político. Não podemos permitir que a máquina do Estado seja usada como ferramenta de militância ideológica”, afirmou Sanderson, por meio de nota.
De acordo com documento encaminhado ao TCU, o maior contrato é de quase 16 milhões de reais para retirada de lixo na terra indígena ianomâmi, em Roraima. Há ainda outros dois contratos, com valores menores, que entram, agora, na mira do tribunal. Um para o curso de formação de “defensores dos direitos humanos contra o golpe de 2016”, no valor de 400 mil reais, e para o projeto “Feira Esquerda Livre”, no valor de 200 mil reais. A ONG nega irregularidades e atua desde 2005 em qualquer setor da sociedade com foco na defesa dos direitos humanos.
O que a oposição alegou como indícios para solicitar investigação no TCU
- Pagamento antecipado de 15,8 milhões de reais, sem comprovação da capacidade técnica da ONG, para um projeto na terra indígena ianomâmi
- Destinação de recursos públicos para ações com conteúdo ideológico e político-partidário, como cursos e eventos vinculados à “esquerda”
- Indícios de favorecimento político, com repasses amparados por emendas parlamentares de deputados do PT
- Crescimento atípico no volume de recursos destinados à entidade em 2024, coincidente com o início do atual governo.