Comandada pelo bispo Edir Macedo, a Igreja Universal do Reino de Deus divulgou um texto nesta segunda-feira, dia 5, em apoio à indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme a nota, a escolha formalizada pelo presidente Jair Bolsonaro “pode representar um acréscimo à nossa Suprema Corte, sempre no caminho do desejável equilíbrio que toda a sociedade brasileira demanda e espera do Poder Judiciário”. “Os bispos, pastores e os sete milhões de fiéis e simpatizantes da Universal no Brasil têm a expectativa de que o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, (…) saberá honrar a cadeira que ocupará no STF”, afirma.
Uma das maiores instituições neopentecostais do país, a igreja se posiciona em um momento em que intensificaram os ataques a Bolsonaro vindos de sua base aliada, sobretudo de segmentos evangélicos e olavistas. Ainda nesta segunda-feira, uma das vozes mais críticas à indicação, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, voltou a criticar a escolha de Kassio Nunes por sua ligação passada com nomes do PT – ele foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e é amigo do governador do Piauí, Wellington Dias (PT) – e pelo que ele considera “dubiedade” na defesa de pautas conservadoras.
Malafaia também revelou que, há cerca de um mês, ele e outras lideranças evangélicas entregaram a Bolsonaro uma lista tríplice de possíveis nomes ao STF que seriam “terrivelmente evangélicos”. Na ocasião, teria ouvido do presidente que ele “botaria alguém em quem tenha confiança devido a tudo isso que está ocorrendo”. Ficou subententido que o evangélico, então, seria escolhido para a segunda vaga do STF que deve ficar vaga em 2021 com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.
Diante da enxurrada de críticas, Bolsonaro utilizou as redes sociais neste domingo para dizer que a sua escolha pelo desembargador do Piauí não tem volta e que ele está “100% alinhado comigo”. Malafaia criticou a atitude do presidente: “O presidente virou cabo eleitoral e advogado de indicado ao STF. Nem os presidentes petistas Lula e Dilma foram advogados de indicados. O presidente não pode descer a esse nível”, declarou.
Boa parte da bancada evangélica decidiu ficar em cima do muro e não se manifestar pela indicação – pelo menos por enquanto. Muitos parlamentares da frente religiosa integram o bloco de partidos conhecido como Centrão, que encampou a indicação de Nunes.