Zambelli tem semana decisiva na Justiça italiana sobre extradição
Presa desde 29 de julho, deputada federal passará por nova audiência em Roma

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) entra na semana decisiva sobre o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro à Justiça italiana. De acordo com a documentação, a Quarta Seção do Tribunal de Apelação de Roma começará a análise da solicitação na próxima quarta-feira, 13.
“Com meus cordiais cumprimentos, informo a Vossa Excelência que a próxima audiência sobre o pedido de extradição da Sra. CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA será realizada no dia 13 de agosto de 2025, às 11h00, na IV Seção do Tribunal de Apelação de Roma”, informou a Coordenação Geral de Extradição e Transferência de Pessoas Condenadas, do Ministério da Justiça, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli está presa desde 29 de julho, quando se entregou às autoridades italianas. Ela tem dupla nacionalidade (brasileira de nascimento e italiana de origem) e por isso tem expectativa de permanecer no País europeu e não ser enviada de volta ao Brasil. A Constituição italiana, diferente da brasileira, não impede nacionais de extradição.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por financiar uma tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de os seus recursos terminarem de ser julgados, ela deixou o país e foi para a Itália. A movimentação foi anunciada publicamente pela própria deputada no dia 3 de junho. A Justiça brasileira reagiu, expedindo um mandado de prisão em seu nome. Além disso, as redes sociais de Zambelli foram suspensas e o nome dela foi incluído na lista de pessoas procuradas pela Interpol.
A parlamentar está na ala feminina da Penitenciária de Rebibbia, em Roma. Considerado o maior do país, recebe homens e mulheres, o que inclui pessoas de alta periculosidade, como mafiosos e terroristas. O presídio é composto de quatro alas — sendo três para homens e apenas uma para mulheres. Conhecida como Casa Penitenciária “Germana Stefanini”, tem espaço para 272 pessoas disponíveis à Justiça, mas acima da capacidade atual com 372 mulheres, segundo dados do Ministério da Justiça atualizados no último domingo, 10.