O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira, 1, que vai acionar a Aneel para abrir um processo administrativo contra a Enel, concessionária de energia que atua na capital paulista, por causa dos recorrentes apagões em São Paulo.
Em entrevista à Globo News, Silveira afirmou: “Foram mais de R$ 300 milhões em multas aplicadas à Enel, nenhuma delas pagas, a Enel tem reiteradamente prestado serviço de qualidade muito aquém do que aquilo que determina a regulação”.
Um integrante da campanha à reeleição do prefeito Ricardo Nunes disse à coluna: “Tiraram o pijama, acho que viram as pesquisas”. Segundo o último levantamento do Datafolha, do dia 11 de março, o índice de reprovação ao governo Lula na cidade de São Paulo aumentou 9 pontos e chegou a 34%.
A declaração de Silveira é um alívio para o prefeito, que afirmou à coluna: “Demorou, mas enfim o governo federal toma uma atitude importante”.
O fato é que agora o problema deve migrar para o colo do governo federal. Pelo menos, em parte, confirmando a tese de que a empresa não tem condições de atuar na maior cidade do país.
Os apagões em São Paulo viraram uma verdadeira pedra no sapato para a campanha de Nunes. Com as fortes chuvas iniciadas no fim do ano passado, a queda de luz se tornou um pesadelo recorrente para os paulistanos. Em novembro, algumas casas chegaram a ficar uma semana sem luz.
A Enel é uma empresa privada que assumiu no lugar da Eletropaulo em 2018, após a privatização de energia. O contrato de concessão é administrado pelo governo federal com a fiscalização da Aneel. A prefeitura alega que o problema frequente da falta de luz na capital não é responsabilidade da cidade. Até agora, ninguém do ministério havia se posicionado de forma clara sobre o assunto.
Mas o problema também recai para a prefeitura, responsável pelas podas de árvores, que acabam caindo em dia de chuva na fiação elétrica. E a história vira um jogo de empurra-empurra, no qual a única vítima é a população.