Interferência do governo ‘gera prejuízo enorme’ à Petrobras, diz senador
A VEJA, integrante da Comissão de Assuntos Econômicos Carlos Viana criticou a política de Lula para a estatal e afirmou que Prates deve ser ouvido
O senador da Comissão de Assuntos Econômicos Carlos Viana (Podemos-MG) foi o entrevistado do programa Ponto de Vista, de VEJA. O parlamentar falou, principalmente, sobre a decisão da Petrobras de reter o pagamento dos dividendos extraordinários que seriam pagos aos acionistas.
A decisão gerou um prejuízo de mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado para a companhia. A medida foi vista como uma intervenção política do governo Lula na empresa. Um requerimento, apresentado pelo senador Sergio Moro (União-PR), foi aprovado na Comissão para ouvir o presidente da petroleira, Jean Paul Prates.
Segundo o parlamentar, Prates “é um nome muito bem preparado e tem plena capacidade de administrar a Petrobras”, mas que “há com clareza uma interferência do Palácio do Planalto na estatal” e que isso “gera prejuízo enorme no patrimônio público da Petrobras”. O senador também afirmou que “é preciso uma política estratégica mais clara com relação às estatais” e completou dizendo que se o chefe da estatal não aceitar o convite vai ser “convocado” a falar na Casa.
Críticas ao STF
Ao ser questionado pelo colunista Ricardo Rangel sobre a decisão do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski de ter anulado a Lei das Estatais, Carlos Viana aproveitou para criticar decisões monocráticas da Corte e que é preciso acabar com isso. “Nós estamos cansados de decisões monocráticas (do STF) interromperem o trabalho e a votação de 81 senadores”, opinou.
O parlamentar disse que é preciso mudar o que chamou de “desequilíbrio que nós temos hoje na relação entre os Poderes”. Segundo ele, a decisão do hoje ministro da Justiça foi “dada no arrepio da visão ideológica dele, que é a mesma do governo”.
Viana afirmou que os parlamentares precisam “reagir e acabar com as decisões monocráticas do Supremo” para “dar equilíbrio”. Por fim, ele defendeu mandato para os magistrados da Corte. “Entrar uma pessoa e ficar até os 75 não tem feito bem ao país”, completou.
Relações exteriores
Viana também foi abordado sobre a ida do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao Senado para explicar a crise diplomática envolvendo Brasil e Israel, depois da declaração do presidente Lula comparando a ação do país em Gaza ao Holocausto. O senador chegou a apresentar um requerimento de convite do chanceler, mas Renan Calheiros, presidente da Comissão das Relações Exteriores, se antecipou.
Ele criticou o posicionamento do governo sobre os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza e, principalmente, a declaração do presidente Lula sobre as ações de Israel na região dominada pelo Hamas.
Mais sobre a live
O programa, apresentado por Marcela Rahal, também vai abordar as principais notícias do dia com o colunista Ricardo Rangel. Lembrando que você pode participar mandando sua pergunta nas nossas redes sociais ou pelo chat.
A entrevista é transmitida simultaneamente no YouTube e na home de VEJA e para os inscritos no canal de VEJA no WhatsApp.
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