Ricardo Cappelli está no olho do furacão.
Após 9 dias dos ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília, o interventor da segurança pública no Distrito Federal (DF) tem enfrentado inúmeros desafios. Além de ouvir os policiais feridos durante a invasão no último dia 8, Cappelli está à frente das investigações que tentam apurar a participação de uma “organização criminosa” entre os golpistas.
Atendendo à coluna, Cappelli esclareceu algumas questões que estão gerando dúvidas na população, imersa numa cotidiana torrente de fake news e carente de informações fidedignas sobre os últimos acontecimentos.
Para o interventor de Lula, Alexandre de Moraes tomou todas as medidas possíveis. Sobre o posto que ocupa, explicou: “Houve uma quebra de confiança na relação interfederativa, por isso foi decretada a intervenção na segurança pública do Distrito Federal”.
Leia abaixo:
Rodolfo Capler – Quais medidas serão tomadas para punir os agentes públicos que foram lenientes nos atos terroristas, sem que a imagem das instituições sejam maculadas?
Ricardo Cappelli – Serão todos tratados na forma da lei, a partir da individualização das condutas de cada um. Quando punimos um agente público envolvido em algo errado, a gente está protegendo a instituição, tirando as maçãs podres da árvore para preservar a árvore e a maioria das maçãs sadias.
Rodolfo Capler – Como o senhor vê o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha e a exoneração de Anderson Torres, secretário da Segurança Pública do DF? Qual foi o nível de culpabilidade de ambos?
Ricardo Cappelli – Houve uma quebra de confiança na relação interfederativa, por isso foi decretada a intervenção na segurança pública do Distrito Federal (DF). A justiça (a Polícia Federal e a Polícia Civil) está investigando as condutas dos envolvidos. O ministro Alexandre de Moraes já determinou todas as providências. As investigações estão avançando e elas é que vão dizer o nível de responsabilidade de cada um.
Rodolfo Capler – Durante a última semana, alguns participantes dos atos terroristas do último domingo, fizeram vídeos – direto da quadra poliesportiva da Polícia Federal – queixando-se de supostas violações de direitos humanos. Como a Intervenção Federal responde a essas questões?
Ricardo Cappelli – Eu respondo com um documento do Ministério Público assinado pela Defensoria e pela própria Promotoria Geral. Todos visitaram a sede de Academia Nacional de Polícia (ANP). No ofício encaminhado, eles elogiaram e consideraram irretocáveis as condições com que todos os detidos foram tratados. É um documento oficial do Ministério Público do Distrito Federal (DF).
* Rodolfo Capler é colaborador desta coluna, autor de “O país dos evangélicos (2022)” e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP