A esquerda está bem mais avançada na organização dos seus planos do que a direita, se olharmos o cenário de fevereiro de 2022, pior ano eleitoral do século.
O ex-presidente Lula lidera com folga não só as últimas pesquisas de intenção de voto, e ainda assim o petista também organiza aquela que pode ser a maior federação partidária, somando a maior bancada do país, com mais de 100 deputados.
O movimento político – já está garantido – unirá ao menos o PT, o PSB, o PCdoB e o PV.
Mas Lula é incansável. Ele busca ainda o PSOL, que tende a fazer uma federação com a Rede.
Como mostrou a coluna, o recado que Lula tem dado é: vivemos um momento em que é hora do sacrifício da esquerda em torno do seu projeto lulista. Por ser ele o mais capaz de vencer Bolsonaro.
Enquanto a esquerda avança nas negociações, a direita continua a errar em seus movimentos e aparece rachada neste momento.
Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, a criação do União Brasil, fusão entre o PSL e o DEM.
Era para ser um momento de comemoração da direita, mas a nova legenda, que soma uma bancada com 81 deputados e 7 senadores, verá uma debandada dos seus parlamentares no mês que vem.
Como todos sabem, a ala bolsonarista do PSL, hoje rachada por Jair Bolsonaro, seguirá o presidente para o PL, diminuindo a bancada que poderia enfrentar o PT.
Ainda assim, o União Brasil recebeu milhões de Reais do fundo partidário, mais do que qualquer sigla. Mas o que adianta dinheiro sem unidade?
A nova sigla, liderada por Luciano Bivar e que terá ACM Neto como vice, ainda não definiu se seguirá com Bolsonaro ou embarcará na candidatura de Sergio Moro.
De toda forma, a indecisão dos dois políticos direitistas – a nove meses da eleição – revela como eles patinam em terreno escorregadio enquanto a esquerda caminha com passos mais firmes.