Todo cientista político brasileiro sabe que eleição municipal é diferente da federal.
Questões políticas locais, a configuração do eleitorado, a correlação de forças dos partidos e o próprio sistema partidário se altera muito – de dois em dois anos – quando falamos em um município, em um estado ou no país.
Por isso, é muito difícil uma nacionalização da eleição municipal, ainda que a cidade de São Paulo seja o terreno mais fértil para acontecer.
Até por isso, o resultado da eleição na capital mais importante do país é sempre analisada com lupa por políticos, mirando a eleição federal seguinte – no caso, a que aconteceria em 2026.
DATAFOLHA
Nesse contexto, pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, 11, mostrou um empate técnico entre o deputado federal Guilherme Boulos e o prefeito Ricardo Nunes, com 30% e 29% das intenções de votos, respectivamente.
Os dados revelam uma eleição municipal indefinida, obviamente. Mas já fica evidente que será uma polarização clássica entre a esquerda e a direita. Não tem espaço para mais ninguém em São Paulo – ou seja, para uma candidatura ao centro crescer a ponto de tirar um dos dois pólos.
Isso será muito difícil.
Um importante cientista político brasileiro – talvez o mais importante – explica que a soma dos votos da esquerda (PSB, PT, PSOL e outros) hoje dá 40% em São Paulo. A soma dos votos da direita no município (que vão desde Nunes, passando pelo Partido Novo e chegando em Kim Kataguiri) atinge os mesmos 40%.
Ele conclui: a eleição municipal de 2024 será decidida entre esses dois polos, voto a voto.