O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), está sob a guarda de parte das investigações nascidas na CPI da Covid e que miram de forma única Jair Bolsonaro.
Sem foro privilegiado a partir de janeiro quando deixará a presidência, o líder da extrema-direita não deve ter a esperança de que os casos sigam para a primeira instância.
Isso porque outros agentes públicos com mandato também são alvos dos procedimentos investigatórios que apuram crimes contra a humanidade, o charlatanismo e a incitação ao crime por estimular a população “a se aglomerar, a não usar máscara e a não se vacinar”.
Nesta segunda-feira, a Folha revelou que a Procuradoria-Geral da República tem travado há ao menos três meses o andamento do caso, por exemplo, de incitação ao crime.
E por que?
Porque a Polícia Federal pediu o acesso aos 10 terabytes produzidos pela Comissão do Senado – os dados brutos da investigação – que estão na PGR, mas que não foram compartilhados.
É impossível que a Procuradoria-Geral da República consiga engavetar para sempre essas informações.
A PF pede os 10 terabytes para que seja possível “realizar o correlacionamento dos documentos juntados com cada fato típico supostamente praticado pelos envolvidos” e avançar sobre todas as investigações.
Primeiro a Polícia Federal apura e indicia ou não. Depois, a PGR denuncia ou pede o arquivamento.
Uma coisa é certa.
Segundo a coluna apurou, Barroso não deixará que a investigação seja atrapalhada. Os casos abertos pela CPI da Covid, que indignaram o país, terão o devido processo legal.