O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou à coluna não ver “nenhum problema” na decisão do Tribunal Superior Eleitoral de retirar as Forças Armadas da lista de entidades fiscalizadoras do processo eleitoral brasileiro.
“Nenhum problema mesmo. Não é da rotina das Forças Armadas. Quando precisarem, estaremos às ordens”, disse José Múcio sobre a determinação da corte – por unanimidade – nesta terça, 26.
A interlocutores, o ministro da Defesa havia dito que se trata de mais um passo na volta à normalidade, com o judiciário exercendo o papel constitucional de um lado – e os militares de outro.
Como mostrou este espaço em novembro de 2022, as Forças Armadas colocaram mais uma mancha em sua história ao instigarem mentiras sobre a segurança das urnas eletrônicas.
A postura foi grave porque manteve o Brasil em clima de “terceiro turno”, mesmo após as eleições, deixando dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral em 2022, exatamente como o ex-presidente Jair Bolsonaro queria.
A iniciativa de colocar as Forças Armadas como entidades fiscalizadoras do processo eleitoral, tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2021, acabou se mostrando mais tarde um erro, que aumentou a fragilidade institucional no país.