O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, surpreendeu parte do bolsonarismo ao responder todos os questionamentos feitos pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de estado da extrema-direita.
Mesmo com a coluna Maquiavel antecipando a informação de que o presidente do PL falaria à PF, alguns bolsonaristas de alta patente não acreditavam que Valdemar, um político experiente, fosse de fato responder delegados do caso.
Nesta quinta, 22, advogados de investigados presentes na posse de Flávio Dino no STF afirmavam abertamente que não precisaria combinar os depoimentos porque a ideia geral era mesmo a de exercer o direito constitucional de permanecer em silêncio.
Até porque, explicavam, há outro fator importante.
O próprio Jair Bolsonaro adiantou, no início da semana, que não falaria no depoimento, alegando, através de seus advogados, não ter acesso ao inteiro teor do processo sobre a tentativa de abolir o estado democrático de direito no Brasil.
Na avaliação de um núcleo bolsonarista, essa seria a “senha” para que todos não falassem aos delegados, já que os depoimentos de vários investigados, incluindo Bolsonaro, foram marcados para o mesmo horário nesta semana.
Como o ex-presidente abriu a estratégia de defesa, não se esperava que Valdemar fosse falar. Afinal, Bolsonaro é o líder do grupo político e os investigados estão proibidos, por decisão judicial, de conversar entre eles.
Pouco antes dos depoimentos – como informou a coluna – o temor no QG bolsonarista era o de que algum dos generais de quatro estrelas (cinco são investigados), abrisse o bico, traindo Bolsonaro.