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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A trágica ironia da morte de Olavo de Carvalho

O guru do Bolsonarismo morre por conta do vírus de cuja existência ele duvidava

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jan 2022, 14h29
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  • “O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”

    A declaração de Olavo de Carvalho, dita em maio do ano passado, quando a Covid-19 mais matou brasileiros, revela muito sobre a personalidade do guru da extrema direita brasileira.

    Morto nesta terça-feira, 25, justamente por complicações geradas pela Covid-19, já numa nova onda, Olavo de Carvalho também era o primeiro a criticar o sistema ideológico que ele mesmo defendia.

    “Não existe direita. Existe bolsonarismo”, dizia constantemente o direitista convicto, seja publicamente, seja em conversas reservadas.  Também criticava a vacina, que poderia ter fortalecido o seu sistema imunológico e poupado sua vida.

    O ex-astrólogo e autointitulado filósofo Olavo de Carvalho poderia ter sido apenas um escritor de livros de textos duvidosos e de ideias fora do lugar, mas o bolsonarismo, precisando de um ideólogo, recorreu a ele.

    Isso deu a Olavo de Carvalho muita notoriedade e uma certa influência no governo do qual ele se nutria e que criticava… em parte.

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    “Como administrador público, o Bolsonaro é o mais honesto e eficiente que já tivemos”, disse, falseando a realidade completamente, mas em seguida disse: “Como estrategista, na luta contra o comunismo, é um fracasso vivo rodeado de conselheiros ignorantes ou mal intencionados”.

    O comunismo pertence ao passado desde a queda do Muro de Berlim, mas de fato a definição que fez dos conselheiros do presidente é perfeita. Inclusive poderia ser usada para definir a si mesmo, um grande conselheiro de Bolsonaro e seus filhos.

    Recentemente, as críticas ao presidente e ao governo que ele tanto apoiou se multiplicaram, a ponto de, como uma onda de efeito colateral, rachar o bolsonarismo em dois.

    Os Weintraub e o Ernesto Araújo que o digam – poderão, inclusive, seguir caminho próprio nas eleições de 2022.

    Para a esquerda, uma extrema direita dividida será mais fácil de bater, especialmente com os números cada vez mais sólidos que Lula tem conseguido das pesquisas de intenção de voto.

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    Ainda não se sabe o resultado das eleições de 2022, mas o “filósofo”, ao que tudo indica, parece ter ajudado a destruir o que ele tanto ajudou a construir.

    A ironia trágica para ele é que o negacionismo ao qual ele se aferrou para ser coerente com o bolsonarismo, negando a pandemia, o vírus, e os efeitos protetores vacina, ajudou a cavar sua própria sepultura.

    Literalmente.

    Ao fim e ao cabo, Olavo não passou de um sabotador de si mesmo. Independentemente disso, que ele possa descansar em paz.

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