Além de mais uma vez errar sobre os dados relacionados ao armamento no país, o presidente Jair Bolsonaro resolveu mudar mesmo definitivamente de estratégia.
Além do movimento de recuo após o 7 de setembro, agora o presidente resolveu fazer um teste de tentar polarizar com o ex-presidente Lula, o líder das pesquisas eleitorais para 2022, nesta última sexta-feira, 1º.
“Quanto mais arma, menos violência. O Lula acabou de dizer que ele vai desarmar o povo. Inclusive, a esquerda fala que a gente não come arma, come feijão. Quando alguém invadir a tua casa, dê tiro de feijão”, afirmou.
A estratégia é interessante, e um movimento que precisa ser olhado com atenção pelo mundo político e pelos brasileiros – especialmente se começar a se repetir. Isso, digo, sem contar um outro fator importante.
O assunto escolhido pelo presidente para polarizar com Lula foi justamente o tema que envolve outro arquirrival que o presidente inventa para si, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Há duas semanas, a corte voltou a julgar a constitucionalidade de decretos editados pela Presidência da República, que facilitaram o acesso a armas de fogo no Brasil.
Alexandre de Moraes votou pela derrubada das normas, seguindo os votos de Rosa Weber e Edson Fachin, que foram no mesmo sentido.
O julgamento, entretanto, foi novamente interrompido por um pedido de vista (mais tempo de análise) do ministro Nunes Marques, o magistrado que segue fiel ao bolsonarismo.
Agora, é esperar para ver se esse movimento do presidente de ontem se torna um padrão ou se trata apenas de um ponto fora da curva.