Ao contrário do que muitos acham, o presidente Jair Bolsonaro está, sim, construindo alternativas para o futuro em busca de fortalecimento nas eleições de 2022.
Quando chegou ao poder, em 2018, o presidente participou da eleição com um partido pequeno e sem expressão, o PSL. No entanto, essa estratégia só funcionou para aquele momento, numa situação atípica, de eleição extremamente polarizada e que, segundo cientistas políticos, não vai se repetir.
Sabendo disso, Bolsonaro fez um movimento diferente e se filiou ao PL, um partido com estrutura e muito maior do que era o PSL em 2018. A escolha não foi por acaso. É real a perda de popularidade do presidente.
Todos sabem que ele errou muito na pandemia, que é uma pessoa desequilibrada e que atrapalha o país. A filiação ao PL é uma tentativa de tapar um dos buracos abertos nos últimos meses. Mesmo que isso vá completamente contra o que ele pregou para se eleger.
Outra jogada de Bolsonaro foi a criação do Auxílio Brasil. Aos trancos e barrancos, ele conseguiu a aprovação da PEC dos Precatórios e agora terá um programa social para chamar de seu. Bolsonaro acredita que vai para o segundo turno e quer usar o auxílio contra o PT.
Outro “tapa buracos” usado por Bolsonaro foi a nomeação de André Mendonça para ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Mesmo com dificuldades, o presidente conseguiu o tão anunciado ministro “terrivelmente evangélico”.
A estratégia fala com uma de suas bases eleitorais mais fiéis: a dos evangélicos. Com a aprovação de Mendonca, Bolsonaro tenta manter votos que serão importantes em 2022.
Embora muita gente pense diferente, Bolsonaro tem uma capacidade política grande. Ele já mostrou isso antes e está mostrando agora com esses tapa buracos.