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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Dinheiro na mão é vendaval, Bolsonaro

E solidão...

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h09 - Publicado em 14 set 2023, 21h53

A letra de Pecado Capital, música de Paulinho da Viola, serviu como luva nesta quinta-feira, 14, em Brasília, com a revelação de que Jair Bolsonaro recebeu US$ 68 mil em espécie por joias que deveriam estar sob posse do Estado brasileiro.

Seria o caso clássico de peculato. E de que “dinheiro na mão é vendaval”.

Dois dos grandes juristas do país confirmaram à coluna que o crime aconteceu no momento em que a primeira leva de dinheiro foi depositada nas mãos de Bolsonaro.

A importante reportagem de Marcela Mattos, de VEJA, traz um complicador adicional para o ex-presidente da República que – hoje – responde a muitos processos e está inelegível.

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Entre investigadores de Brasília, a certeza é de que a delação premiada completa uma apuração com várias camadas de provas contra este que se apresentou ao Brasil em 2017 como o líder da extrema direita, ignorada até então.

Jair Bolsonaro surfou no discurso da direita proba contra a esquerda promíscua, a direita honesta versus a esquerda corrupta – mesma narrativa usada para o golpe contra a democracia da ditadura militar, o regime preferido de Bolsonaro.

A delação do tenente-coronel Mauro Cid, segundo revela a nova edição da revista, enterra de vez essa falácia de que a direita bolsonarista – com o mesmo figurino sombrio que ascendeu no regime militar – não rouba.

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As harmonias sofisticadas do cantor e compositor carioca demonstram até que, no Rio de Janeiro, berço eleitoral  de Bolsonaro, uma regra parece ser certa em relação ao dinheiro desviado do patrimônio público:

Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou!

PS – A defesa de Bolsonaro diz que não há um regramento claro da lei em relação aos presentes ofertados por outros países, abrindo brecha para que eles possam ser vendidos pelas autoridades públicas se informado ao Estado, o único pequeno erro administrativo cometido pelo ex-presidente.

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