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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Estamos em guerra: a geração de jovens negros perdida para a violência

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 ago 2024, 19h47
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  • Comunidades são alvo de ação da polícia no Rio
    Comunidades são alvo de ação da polícia no Rio (Reprodução/VEJA)

    O Dia Nacional da Juventude foi instituído em 2002 para ser celebrado, anualmente, a cada 12 de agosto. Neste ano, o país fez vários eventos para comemorar a data. Mas será mesmo que há o que celebrar sobre o futuro dos jovens brasileiros? Que futuro estamos construindo para a nossa juventude?

    É que menos de 24 horas após a data em que foi comemorada efusivamente no Brasil – e que deveria marcar o reconhecimento da importância dos jovens na sociedade brasileira – dados divulgados pela Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstraram novamente que estamos perdendo uma geração para a violência.

    Nos últimos três anos, foram 15.101 mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos. 91,6% dessas mortes tiveram como vítimas jovens de 15 a 19 anos, dos quais 90% são do sexo masculino. 82,9% deles são negros. 

    Ainda segundo o levantamento, o risco de um jovem negro ser assassinado é 4,4 vezes maior do que o de um jovem branco. E 18,4% dessas mortes são causadas por violência policial, ou seja, pelo braço armado do Estado.

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    Em três anos, ocorreram pelo menos 9.328 assassinatos de crianças e adolescentes negros no país. “O perfil majoritário de vítimas letais no Brasil, portanto, continua sendo adolescente, masculino e negro. Apesar de não ser nenhuma novidade, é assustador que, em 2023, para cada 100 mil habitantes no país entre 0 e 19 anos, do sexo masculino e de cor negra, 18,2 são assassinados enquanto a taxa de mortalidade para o mesmo grupo entre brancos seja de 4,1 por 100 mil”, afirma o estudo do Unicef e do Fórum.

    O texto continua de forma bastante clara ao tratar do racismo estrutural no Brasil: “Os dados indicam que o marcador racial exerce fator determinante na dinâmica das mortes violentas de adolescentes no Brasil, com mais impacto inclusive do que o gênero”. Dito de outro modo, é o futuro da juventude negra que vem sendo apagado em um país que naturaliza o assassinato de pessoas, a depender da cor da pele. 

    O Atlas da Violência 2024, publicado em julho deste ano, já havia revelado que, nos últimos 11 anos, uma pessoa negra foi assassinada a cada 12 minutos no Brasil. Entre 2012 e 2022 tivemos 15.220.914 anos de potenciais de vida perdidos, o que comprova mais uma vez que estamos exterminando toda uma geração.

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    Se vidas negras importam para além do clamor dos movimentos negros, o Estado brasileiro precisa se comprometer efetivamente em mudar essa triste realidade.

    Como nos lembra o imortal Ailton Krenak, estamos em guerra – ela apenas não é declarada – mas tem alvo certo: pessoas negras e também indígenas. “Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra. Os nossos mundos estão todos em guerra. A falsificação ideológica que sugere que nós temos paz é para a gente continuar mantendo a coisa funcionando”. 

    Um funcionamento disfuncional e violento.

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