O ex-Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Ariel de Castro Alves, que trabalhou no cargo sob o comando de Silvio Almeida, afirmou à coluna que soube de casos de assédio sexual e moral do ministro dos Direitos Humanos no início do ano.
De acordo com Ariel, ele foi informado do caso da ministra Anielle Franco em janeiro, “o que na época foi difícil de acreditar”, mas depois teria sido avisado que eram situações reiteradas também com funcionárias do ministério.
“Posteriormente, ainda surgiram denúncias de assédio moral no ministério, envolvendo ele e assessoras diretas”, afirmou Ariel de Castro Alves, que é advogado, à coluna.
“Os demais casos de assédios morais e sexuais não recebi informações detalhadas e apenas ouvi que existiam alguns casos envolvendo funcionárias e ex-funcionárias do ministério que teriam sofrido assédios, mas temiam denunciar”, diz.
“Sei que muita gente saiu de lá desde o início da gestão, mais de 50, assim como eu, chateados e frustrados com a postura do ministro e de suas principais assessoras”, afirma.
CONSELHO DO GOVERNO
Ariel de Castro Alves também foi presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Conanda, um colegiado autônomo vinculado à pasta dos Direitos Humanos.
Como presidente do Conselho, o advogado contou que recebeu um pedido de Silvio Almeida que não poderia ter sido realizado.
Após uma manifestação do colegiado repudiando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por uma entrevista na qual ele teria naturalizado o trabalho infantil, Ariel teria recebido um pedido de Silvio Almeida para que todas as manifestações fossem informados a ele.
Na avaliação do ex-presidente do Conselho, o pedido seria impróprio. “Entendo que o ministro não poderia ser feito porque o conselho tem autonomia e o papel do conselho é de promover os direitos da criança e do adolescente, se manifestando em casos de repercussão nacional”. A situação de Silvio Almeida só se complica.