Com a aprovação da reforma tributária no Senado, nada mais justo do que dizer que Fernando Haddad fez o que nenhum ministro da Fazenda conseguiu fazer nas últimas décadas.
Ainda que o texto esteja voltando para a Câmara por alterações feitas por senadores – regra do jogo -, “a parada” já está ganha pelo governo Lula-3, que terá um legado para chamar de seu daqui a alguns anos.
Isso porque – sabe-se também – a reforma não tem um efeito imediato, apesar de ser um feito histórico. Ela é uma transição que terá resultados lentos, com mudanças nos impostos sendo implementadas até o ano de 2032.
E Lula-3 conseguiu.
Fernando Henrique Cardoso tentou, Michel Temer tentou, quase todos os governos passados tentaram – o próprio Lula buscou isso em seu primeiro mandato -, mas só Haddad entregou a expressiva vitória.
Desde a redemocratização, fala-se em mudar a estrutura dos impostos sobre consumo. Na verdade, o acerto do atual ministro da Fazenda foi o de fazer um esforço no primeiro ano de governo.
Haddad estabeleceu isso como prioridade, sabendo que os primeiros meses da nova gestão petista seriam fundamentais para conseguir a aprovação de uma proposta complexa como a reforma tributária.
O erro do governo Bolsonaro, por exemplo, foi exatamente fixar-se na ideia de que o melhor a fazer era trazer de volta a CPMF, e tentar mudanças pontuais em taxas que cada brasileiro paga no seu dia a dia.
Com isso, perderam o timing o momento ou a chance. É preciso lembrar que a proposta chegou no Congresso ainda em 2019 pelas mãos do deputado Baleia Rossi (MDB), numa importante iniciativa do Legislativo.
Por mais que seja uma iniciativa do parlamento, quando o governo não abraça a causa… ela não anda.
Haddad a abraçou. Parabéns ao ministro.