Enquanto a cúpula do PSDB tenta dar uma rasteira em João Doria, o ex-governador de São Paulo tem mostrado resiliência, sempre buscando alternativas e motivos para se manter na disputa presidencial.
Taxado como traidor por tucanos como Geraldo Alckmin, ele viu o hoje desafeto abandonar o partido e se unir ao PT, sendo oficializado como vice na chapa de Lula.
Quem será o traidor agora para a Executiva Nacional do PSDB? Os dirigentes se reunem nas costas de Doria para tentar apoiar o MDB e Simone Tebet como candidata.
Em meio a isso, o partido cobra desempenho nas pesquisas – porém a própria briga interna, incluindo no período das prévias, atrapalha não só o crescimento nos levantamentos, mas a leitura pelos eleitores de que Doria é sim um real candidato à presidência.
JUSTIÇA E RECURSOS
A disputa interna tucana tem levado a situações extremas.
Como mostrou o Radar, o ex-governador de São Paulo quer que, se tudo der errado, a Justiça obrigue a legenda a cumprir o resultado das previas partidárias, que ele, Doria, ganhou democraticamente.
A divisão dos recursos é outro desafio. Ela é elaborada pela Executiva Nacional – a mesma que tem rejeitado seu nome como candidato – até o final de julho. Há a ameaça de que os líderes do PSDB o atrapalhem secando os recursos, se ele consegue manter a candidatura presidencial.
Ocorre que a repartição das verbas partidárias precisa seguir um critério.
De acordo com o próprio estatuto do partido, não há como garantir recursos apenas para deputados, senadores e governadores, sem dar a fatia do eventual candidato a presidente do PSDB.
É assim, no meio deste vendaval, que João Doria mantém o sonho de ser candidato ao Palácio do Planalto.