As mulheres foram o grande destaque do debate VEJA, principalmente Simone Tebet, do MDB, que acabou sendo a que mais enfrentou o presidente Jair Bolsonaro em suas mentiras e a que mais apresentou propostas. Soraya Thronicke, do União Brasil, veio definitivamente preparada para criar memes, e o que ficará é o “não cutuque a onça com a sua vara curta”.
O ex-presidente Lula não foi e por isso acabou sendo criticado, não se defendeu e perdeu espaço. Bolsonaro mentiu o tempo todo, como sempre, e de novo cometeu o erro de criticar mulheres. Disse que a pergunta da colunista de VEJA Clarissa Oliveira “foge do jornalismo minimamente sério”.
A pergunta dela havia sido muito procedente sobre a violência política provocada pelo bolsonarismo. Enquanto isso, Ciro Gomes assumiu de vez o papel de linha auxiliar do líder da extrema-direita. E o Padre Kelmon (quem?), desculpe o termo, parece um funcionário para ajudar Bolsonaro.
No momento em que faltam sete dias para as eleições, é errado dizer que Lula venceu. Os estrategistas da campanha dirão que ele ganhou não indo, mas são as pesquisas vão dizer se foi acertado. Para a sua história, contudo, é uma vergonha a não participação num momento dramático como esse, sendo que ele tem encarnado a defesa da democracia.
Simone Tebet chegou perguntando a Bolsonaro por que ele cortou o dinheiro da merenda escolar. Bolsonaro mentiu dizendo que o orçamento é feito junto com o Congresso. Na verdade, quem formulou o orçamento com esse corte foi o governo dele. Em seguida Soraya atacou Lula, mas acertou mais duramente Bolsonaro fazendo-o ter que defender o absurdo da compra de viagra para o Exército. Bolsonaro vestiu o papel ridículo de explicar que o remédio é para “disfunção erétil”. Ok, mas com dinheiro público? Em seguida quando o presidente provocou Soraya, ela respondeu com a sua frase que nasceu famosa: “Não cutuque a onça com a sua vara curta”. Parecia querer criar o apelido bananinha 2, já que Eduardo, seu filho zero três, é o bananinha 1.
Bolsonaro foi muito mal em todas as suas respostas. Mentiu muito, não deu informação substantivas, não apresentou dados confiáveis que respondessem ao perguntado. Acabou alvo do ataque das duas senadoras.
Uma mentira dita pelo mandatário, por exemplo, foi que criou auxilio de 600 reais. Foi desmentido na hora por Simone Tebet, que lembrou que o Congresso é que levou a esse valor. Também mentiu que ao dizer que não houve manchete de corrupção sobre seu governo. Houve no MEC e no Ministério do Meio Ambiente, além dos casos da própria família. Disse até que busca a paz, ao responder pergunta de Clarissa Oliveira, o que sabemos ser a maior das mentiras já que ele sempre estimula ataques.
O presidente também tentou fugir das perguntas sobre o orçamento secreto dizendo que é coisa do Congresso. A verdade é que no governo dele é que tornou o problema desse tamanho. Parecia preparado para dizer isso que é coisa do legislativo, mas não convenceu.
Acabou sendo uma ótima oportunidade para as mulheres mostraram ideias, capacidade de articulação e provar que elas merecem mais espaço na política brasileira. Uma de centro, outra de direita. E o Ciro foi mal porque acabou se preocupando mais em atacar o PT, insinuando até que houve operação ilegal na casa dele porque o policial era petista. Ora, acusar o PT num governo de Bolsonaro não faz sentido algum.
Aliás, o PT prestou solidariedade a ele quando houve busca e apreensão em sua casa. Ciro assumiu de vez o papel de linha auxiliar do lider da extrema-direita. Simone acabou sendo a que enfrentou o presidente. Soraya veio definitivamente preparada para memes. E a participação de um falso padre, falso politico, foi uma aberração.
Os veículos tiveram que convida-lo pela legislação eleitoral, mas ele mesmo disse que estava ali para fazer dupla com Bolsonaro. “Aqui são cinco contra dois”. Na verdade não havia sete candidatos ali, apenas seis. A sétima cadeira estava vazia.