O economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse neste sábado, 25, que o país tem passado por “boas reformas”, mas defendeu que seja feita uma reforma de Estado. “Isso é fundamental. Esse tema é em geral mal entendido. É preciso que se entenda que a ideia não é transformar o Estado brasileiro em uma empresa eficiente, mas é preciso criar uma cultura de avaliação, de excelência, apropriada para o Estado”, afirmou.
Fraga participou neste sábado de uma mesa-redonda ao lado do sociólogo e analista do BC, Celso Rocha de Barros, sobre a atual conjuntura brasileira. Com plateia cheia, o encontro ocorreu na Casa República.org, que participa pelo segundo ano consecutivo da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Ele frisou que, embora considere a reforma de Estado possível, vê hoje resistências “muito grandes” ao tema.
“Acho que desconfiam que vai ser uma meritocracia maluca”, disse Fraga. “Meritocracia numa empresa é bom, é essencial. Mas não é uma forma boa de se desenhar uma nação”, acrescentou. Durante a mesa-redonda, que durou pouco mais de uma hora, o ex-presidente do BC defendeu ainda o aumento de investimentos, área que considera “muito carente” no cenário brasileiro atual. “O investimento em infraestrutura no país de hoje é uma oportunidade monumental”, concluiu.