Mesmo após todas as pesquisas mostrarem uma recuperação de Jair Bolsonaro e a consolidação dele no segundo lugar do pleito eleitoral de 2022, o presidente ainda tem um longo caminho para conseguir vencer Lula.
O ex-presidente marcou 43% das intenções de voto, contra 29% de Bolsonaro na primeira rodada da pesquisa BTG/FSB. Isso, no 1º turno.
No 2º turno, Lula aparece com 54%, contra 35% de Bolsonaro. Como detalhou o Radar, apenas 11% dos eleitores não votariam em um dos dois.
Ou seja, aí é que está o maior problema do atual presidente, segundo cientistas políticos ouvidos pela coluna.
Para vencer Lula em 2022, assim como fez com Fernando Haddad em 2018, Bolsonaro terá que tirar voto do petista, especialmente na classe média.
Lula tem – entre parte do eleitorado – o recall do seu governo e do crescimento econômico à época. Bolsonaro está governando em meio a uma grave crise econômica.
NÚMEROS SEMELHANTES
Os números da pesquisa BTG/FSB são muito parecidos com outros levantamentos recentes, como Quaest e Ipespe.
A avaliação negativa do governo Bolsonaro na casa dos 50%; desaprovação de Bolsonaro na casa dos 60%; Intenção de voto em Lula na faixa 43%-45%; em Bolsonaro na faixa de 25%-30%.
O empate entre Ciro Gomes e Sergio Moro também converge, assim como o posicionamento de João Doria e Eduardo Leite no mesmo patamar.
A convergência entre pesquisas é um dado relevante. E eu explico porque, leitor.
Se todas caem na mesma faixa, isto significa uma importante cristalização de opiniões dos eleitores. Esta estabilidade indica que, a menos que a campanha gere novos, e fortes fatos, a polarização Lula/Bolsonaro permanecerá até as urnas.
A consolidação da polarização indica que a terceira via não convenceu o eleitorado. A igualdade entre Doria e Leite mostra que trocar um pelo outro, ao menos neste momento, é o mesmo que trocar seis por meia dúzia.