Nova pesquisa revela uma vantagem esmagadora para Lula
Cientista político explica por que, no cenário atual, o petista tem 23 milhões de eleitores a mais e como o voto útil pode definir disputa contra Bolsonaro
Enquanto o país foca – quase que obsessivamente – nos números conquistados por cada candidato até agora para o primeiro turno das eleições de 2022, o cientista político Antônio Lavareda, responsável pela pesquisa Ipespe, fez a conta para a coluna de como estaria hoje a vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno.
De acordo com a última rodada do instituto, divulgada nesta segunda-feira, 25, se a segunda etapa das eleições fosse hoje, o petista venceria o atual presidente por uma margem de 23 milhões de votos – todos eles contabilizados pelas urnas eletrônicas.
“Traduzidos em votos válidos, os números do Ipespe (53% versus 36%) representam um placar de 60% a 40% pró Lula [no segundo turno]. Lembrando que Bolsonaro venceu Fernando Haddad em 2018 por 55% versus 45% e ganhou com uma dianteira perto de 11 milhões de votos. Se a eleição fosse agora, [o presidente] perderia por uma margem de 23 milhões [para Lula]”, afirmou Antônio Lavareda à coluna.
Robusto eleitoralmente, este número coloca o ex-presidente com uma vantagem tão folgada que, para o cientista político, pode empurrar o eleitor brasileiro para o voto útil no primeiro turno, à medida que o dia 2 de outubro, data da primeira etapa do pleito, for se aproximando do calendário eleitoral.
“Numa eleição em que se discute a ocorrência ou não do segundo turno, a correlação de forças no cenário testado dessa segunda volta será um fator decisivo caso a lógica do segundo venha a percolar as decisões finais dos eleitores na primeira rodada”, completou ele, que é um dos mais respeitados especialistas em pesquisas eleitorais no Brasil.
Fica claro com o raciocínio de Antônio Lavareda que, se Lula mantiver essa vantagem sólida contra Bolsonaro nos próximos 68 dias, a lógica do voto útil pode esvaziar os outros candidatos daqueles eleitores que prefeririam eles, mas, em primeiro lugar, não querem o atual presidente – de jeito nenhum.
Hoje as pesquisas mostram o petista vencendo em alguns cenários já no primeiro turno ou indo para o segundo turno por estar em empate técnico com a soma dos votos de todos os outros candidatos. E é isso o que mais se discute nas rodas políticas. Com esse quadro atual, a aproximação do dia da eleição pode resolver a questão para o PT de uma vez por todas.