O grande presente da terceira via para Lula e Bolsonaro
O novo partido - Desunião Brasil - e as bicadas de tucanos...
Se o roteiro tivesse sido escrito por um inimigo da chamada terceira via não sairia melhor.
Nas últimas quarenta e oito horas, candidatos que se dizem de centro bateram cabeça, foram e voltaram, disseram e desdisseram.
Ao fim não se sabe nem quem é candidato a essa altura.
O ex-ministro Sergio Moro, 24 horas depois de ter saído do Podemos para entrar no barco do União Brasil, viu um motim a bordo comandado por ninguém menos que o secretário-geral da sigla, ACM Neto.
Moro entrou no partido depois de dizer que desistia da candidatura presidencial, mas na sexta, 1°, disse que não tinha desistido de nada.
E uma ala do partido, justamente a que representa o ex-DEM, ameaça impugnar a filiação.
Fica claro que o melhor nome para o partido formado pelo ex-DEM e PSL deveria ser Desunião Brasil.
Toda essa confusão acontece quando a sigla perde 30 parlamentares em fuga, principalmente para o PL de Bolsonaro, aproveitando a janela partidária.
Desistir de desistir virou moda nesses grupos que tentam encontrar uma brecha na polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro.
A quinta amanheceu com o ninho tucano em chamas e rumores de bicadas entre eles.
João Dória teria desistido de ser candidato e desistido de renunciar ao governo do Estado.
Isso elevou a fúria do neo-tucano Rodrigo Garcia, candidato do PSDB ao governo do estado e vice de Dória, até aquele dia.
O presidente dos tucanos, Bruno Araújo, escreveu carta dizendo que Dória era o candidato.
No fim da tarde, ficou tudo como antes e Dória saiu do governo para ser candidato.
Na sexta, Araújo disse que o que está na carta pode ser mudado. O que jogou “leite” na candidatura de Dória.
Como a janela partidária fecha nesta segunda, 4, muita coisa ainda pode acontecer nesta reta final.