Jair Bolsonaro continua sua sanha golpista contra a democracia brasileira. Nada – rigorosamente nada – o faz parar. Em nova publicação nas suas redes sociais, o ex-presidente compartilhou um vídeo que dizia: “Lula não foi eleito pelo povo, [mas] escolhido e eleito pelo STF e TSE”.
Mesmo após a destruição das sedes do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário – no dia mais vergonhoso para a República desde o golpe de 1964 e o AI-5, em 1968 -, Bolsonaro mantém sua ideia de ferir a constituição com este criminoso comportamento.
É tão absurdo que o ex-presidente tenha – novamente – questionado a lisura do processo eleitoral que ele mesmo apagou o post em seguida. E por que apagou? Porque o Bolsonaro comete crime, reiteradamente, contra as instituições republicanas, mas acredita que ficará impune.
Ora, se a ideia das investigações abertas após os atos terroristas do último domingo, 8, é a de descobrir não só quem financiou, mas também quem incentivou ou foi conivente com esses atos, o ex-presidente é o primeiro da lista.
Ou alguém tem dúvida?
Bolsonaro fez tudo o que podia e o que não podia para esgarçar as quatro linhas da Constituição em seu mandato. Recorrentemente atacou, feriu e tentou deslegitimar as autoridades constituídas.
Primeiro, contra o Congresso, mas somente até a eleição de Arthur Lira. Depois, contra o Supremo – incluindo o 7 de setembro de 2021, quando chamou Alexandre de Moraes de canalha e disse que não cumpriria as decisões do magistrado.
Na ocasião, também afirmou que “o Supremo Tribunal Federal perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele [prédio]” (o país testemunhou o que seus seguidores fizeram com a sede da corte após os anos de incentivo à destruição dos poderes da República).
É necessário lembrar que, neste mesmo dia, o ex-presidente disse também “que só Deus o tiraria de Brasília” e que “nunca” seria preso. Bem, Deus “tirou” ele da capital. Agora, falta somente que Bolsonaro pague pelos seus muitos crimes. Na Justiça.