O novo erro da Polícia Civil do Paraná no caso do assassinato do petista
Ou… o segundo grande equívoco de um órgão de estado após a violência de bolsonarista
A Polícia Civil do Paraná tentou – neste domingo, 17 – justificar o injustificável ou explicar o inexplicável.
Você pode escolher, leitor.
Tudo isso porque errou, e errou feio. Mas, agora, duplamente.
Depois de não classificar o assassinato do dirigente petista por um bolsonarista como “político” – ele gritou “aqui é Bolsonaro” antes de atirar -, fez uma emenda que foi pior, bem pior que o soneto.
Em nota divulgada para rebater as críticas mais que merecidas que tem sofrido, explicou que “não há previsão legal para o enquadramento como ‘crime político’, visto que a antiga Lei de Segurança Nacional foi revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável”.
Depois, escreveu… para tentar minimizar o erro:
“A qualificação por motivo torpe indica que a motivação é imoral, vergonhosa. A pena aplicável pode chegar a 30 anos. Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser capaz de ser aplicado ao caso”.
Ora, se a questão era burocrática por conta da legislação atual, bastava ter dito isto ao divulgar a açodada conclusão da investigação na última sexta, 15.
Que deixasse em alto e bom som, para o Brasil inteiro ouvir, que, se houvesse a classificação, ela seria usada no caso.
A Polícia Civil do Paraná poderia ter, inclusive, pedido a federalização do caso, mostrando que outras investigações sobre o bolsonaista poderiam ser realizadas para elucidar a violência ideológica do crime.
Como explicado pela coluna, se afirmasse que o crime é político, mesmo que verbalmente na conclusão de que se tratava de “crime torpe”, a corporação poderia, inclusive, evitar novas tragédias.
Agora, pode acabar ajudando no aumento da violência.
Que não se esqueça: a Polícia Civil do Paraná é um órgão de estado e não de governo. Nem de esquerda, nem de direita.