O governo Jair Bolsonaro virou uma máquina de moer reputações de oficiais generais ou, por assim dizer, de oficiais de alta patente.
Nesta quarta-feira, 11, o presidente demitiu o almirante Bento Albuquerque, que tinha, antes de entrar na atual gestão, fama de competente.
Em março, Bolsonaro demitiu com desonra o general Joaquim Silva e Luna da Petrobras, que também tinha uma boa imagem e fazia um bom trabalho como presidente de Itaipu antes de entrar na estatal do petróleo.
Em 2021, o general Eduardo Pazuello foi demitido do Ministério da Saúde após uma catastrófica gestão sanitária na pandemia. Esse já era um general incompetente, mas, assim como os outros – acreditem! – tinha fama de bom administrador, no caso construída na crise migratória venezuelana.
Há 41 dias, o general Braga Netto deixou o cargo de ministro da Defesa. Fez tudo o que Bolsonaro mandou enquanto esteve no governo, mas novamente reacendeu a fama golpista que havia manchado o Exército no passado.
Como disse, o atual governo é uma máquina de moer reputações de oficiais generais.
No caso de hoje, Bento Albuquerque foi demitido – sim, demitido e não “exonerado a pedido” – por conta do novo aumento do preço dos combustíveis, que Bolsonaro afirmou estar “quebrando o Brasil”.
Obviamente, um truque dele para se livrar da impopularidade gerada pelo aumento dos preços e da inflação, já que, em 2018, quando candidato, Bolsonaro dizia que a culpa da alta dos combustíveis era do presidente.
A culpa é sua, presidente, pela atual alta dos preços. Já a da destruição da imagem dos generais deve ser dividida – afinal, os oficiais embarcaram no governo por livre e espontânea vontade ainda em 2018.
PS – Para quem acompanha as Forças Armadas isso não é uma novidade, mas chamam-se oficiais generais aqueles militares que estão no topo das Três Armas, incluindo os brigadeiros e os almirantes.