O presidente Lula fez mais um importante contraponto em relação a Jair Bolsonaro – desta vez, em discurso na 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas.
Enquanto o líder da extrema-direita passou as eleições de 2018 – e todo seu mandato – dizendo que não iria mais demarcar uma Terra Indígena sequer, o presidente deixou claro que voltará a homologar demarcações o quanto antes.
Aliás, todas que tiverem finalizado o processo de comprovação da posse da terra, que dura alguns anos.
“A gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apoderem delas. Antes que as pessoas inventem documentos falsos, escrituras falsas, e digam que são donas da terra”, afirmou o petista, completando que tem pedido a lista de novas terras dos povos originários.
Lula ainda defendeu que existem injustiças sendo cometidas por agentes econômicos do governo contra indígenas que já tem terras demarcadas, que não conseguem financiamento para negócios agrícolas.
“Eu acho que tem alguma coisa errada, ou historicamente por parte do governo, ou por parte de alguém. Não é possível que a gente, ao longo desse tempo, emprestou tanto dinheiro para produção agrícola a esse país e que não tenha chegado dinheiro à produção agrícola indígena”.
O presidente age certo em voltar com homologações, o que pode ajudar a imagem do país no exterior, especialmente em relação a preservação do meio ambiente. Estudos comprovaram que o desmatamento é muito mais combatido em terras demarcadas.
O que Lula não disse [e deveria ter dito] é como estão outros tipos de terras indígenas: as sob o status restrição de uso. Essa é a categoria administrativa e jurídica concedida pela Funai a uma região que deve ser protegida para estudos quando há suspeita de índios isolados vivendo nelas.
Esses processos precisam andar mais rápido porque o estrago do governo anterior contra eles foi enorme. E talvez estejamos diante da maior riqueza brasileira desconhecida. O governo precisa agir o quanto antes.