A família de Jair Bolsonaro resolveu tirar – a todo custo – qualquer responsabilidade penal do ex-presidente nas investigações dos atos terroristas contra a sede dos Três Poderes.
Não vai colar. Pelo menos, com essa primeira (e nada inteligente) estratégia jurídica.
Como mostrou Bela Megale, do Globo, o líder da extrema-direita culpa Carlos Bolsonaro, seu filho Zero Dois, pela postagem golpista que o incluiu na investigação sobre o caso.
É que – em publicação nas suas redes sociais após os terríveis ataques contra o Supremo, o Palácio do Planalto e o Congresso – o ex-presidente compartilhou um absurdo vídeo que dizia o seguinte: “Lula não foi eleito pelo povo, [mas] escolhido e eleito pelo STF e TSE”.
Ou seja, colocou mais lenha na fogueira em um país que estava em chamas. Mesmo após a destruição das sedes do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Mesmo após o dia mais vergonhoso para a República desde o golpe de 1964 e o AI-5, em 1968.
Imediatamente – e com toda razão -, foi incluído como investigado no caso. Ocorre que passar a culpa para Carlos não tira a responsabilidade do dono da conta, o Jair.
A única consequência jurídica – se for confirmada a participação do Zero Dois – será a inclusão do filho no processo, sem a exclusão do pai.
Basicamente, o famoso tiro que sai pela culatra. A família continua a dizer que atira bem, mas há muito tempo está errando o alvo.