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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O problema nos EUA é a extrema-direita, e não a direita em si

O extremismo tem acirrado o conflito racial, o risco ambiental e a crise da democracia norte-americana, o que pode ser visto em outros países, como o Brasil 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 nov 2020, 11h57 - Publicado em 2 nov 2020, 11h45
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  • EU NÃO USO - Trump tira a máscara depois de ter alta: prejudicado pela insistência em menosprezar a pandemia -
    EU NÃO USO - Trump tira a máscara depois de ter alta: prejudicado pela insistência em menosprezar a pandemia - (Win McNamee/Getty Images)

    O problema não é a direita em si. Todas as tendências políticas erram. A direita brasileira, através do antigo PFL, partido herdeiro do PDS criado na ditadura, ajudou a governabilidade que levou, na Era FHC, à estabilização da moeda. Esteve presente na Constituinte. O ex-ministro do governo militar Roberto Campos foi ativo participante naquele período tentando atenuar o excesso de intervencionismo estatal na Carta Magna. Há diversos exemplos construtivos na direita brasileira.

    Alias, a existência de governo e oposição com posições marcadamente diferentes: progressistas versus conservadores; esquerda versus direita, é um requisito essencial da democracia. Há outros exemplos mesmo no Brasil. A direita ajudou na redemocratização e na governabilidade durante os governos FHC, Lula e Dilma I. 

    O problema é o extremismo antidemocrático ou autocrático. A direita que defende uma supremacia branca, a violência contra o opositor, a tortura do adversário político, as armas sobre o diálogo, e que se sustenta na divisão da sociedade. 

    Sim, Maquiavel já ensinou que “dividir para conquistar” é um método eficaz de vitória política – através da chamada fragmentação das concentrações de poder. Seria ingenuidade não entender que, o que tem acontecido, faz parte também de uma estratégia política conhecida. A extrema-direita busca dividir para conquistar o poder que estava nas mãos da esquerda há alguns anos.

    Mas o que temos testemunhado neste tempo de governantes incidentais é mais do que isso. Trata-se da busca pela supressão de valores universais e a tentativa de destruição de marcos civilizatórios que – achávamos – estavam consolidados no entendimento simples de evolução da sociedade ao redor do mundo. 

    Como é possível aceitar uma extrema-direita que se alimenta do crescimento de movimentos neonazistas, que deveriam estar, por óbvio, sendo condenados? Líderes como Donald Trump e Jair Bolsonaro se aproveitam desses grupos, que incorporam os abominável racismo, assim como o antissemitismo. Os dois, inclusive, como bandeira. 

    Depois, esses mesmos líderes da extrema-direita, reclamam da imprensa, quando revistas como a The Economist e a TIME defendem candidatos à esquerda do espectro político. Entenda-se: Joe Biden é de centro esquerda, moderado, mas não é isso que faz dele o candidato ideal para duas das publicações mais importantes do mundo. 

    O que faz dele a única opção é o que esta do outro lado da cédula. Neste fim de semana, a capa da The Economist tem uma bandeira dos EUA esfarelando, mas formando o rosto do Trump, somada a uma afirmação: “porque tem que ser Joe Biden”. Muito da reportagem é uma explicação do óbvio. Não dá para ignorar o estrago da chegada extrema-direita no poder. Trump tem tentado minar a república mais sólida do planeta, assim como Bolsonaro tem buscado fazer o mesmo na jovem democracia brasileira. 

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    Um outro ponto fundamental dessa eleição americana, que marca toda a diferença entre as duas candidaturas, é que Trump representa o negacionismo climático, e Biden voltará a cooperar com o mundo em busca da solução como foi no Acordo de Paris. São coisas muito caras à humanidade.

    O clima de tensão tem aumentado em algumas partes do mundo à medida que Trump vai diminuindo a vantagem de Biden nos swing states, aqueles estados chaves, e menos fiéis a partidos, na complexa eleição norte-americana dividida por delegados. O temor é de que uma virada no dia da eleição, como em 2016, aconteça. 

    Desta vez, as chances são menores porque a liderança que Biden abriu contra Trump é maior do que na eleição passada. Pesquisas recentes mostram o democrata liderando na Pensilvânia, em Arizona, em Wisconsin, em Michigan, na Carolina do Norte, na Geórgia e até na Flórida, mesmo dentro da margem de erro. 

    Segundo o The New York Times, as primeiras coisas a serem observadas na noite desta terça-feira, 3, serão se Biden vence na Flórida, Geórgia ou Carolina do Norte. Para o matutino, esses estados poderão dar a presidência ao democrata.

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    Qualquer boa democracia tem que estar preparada para a alternância entre direita e esquerda no governo. Mas no caso americano, por tudo o que Trump fez e representa, o que está em jogo é maior, é o conjunto de valores que sustentam a mais importante democracia do mundo.

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