Como magistrado e ministro de Estado, o senador Sergio Moro mostrou não ter muito compromisso com os cargos.
Basta pensar que na primeira função foi considerado juiz parcial, a pior coisa que pode acontecer.
Prendeu o primeiro colocado das pesquisas nas eleições presidenciais e foi trabalhar para o segundo, que venceu o pleito.
Depois, fez uma grave denúncia de que Bolsonaro, na presidência da República, buscava interferir politicamente na Polícia Federal, mas isso não o impediu de estar no palanque do líder da extrema-direita dois anos depois.
Pois bem!
Agora, quando seu futuro político está em jogo no julgamento do TRE – interrompido por um pedido de vista – , mas que pode condená-lo à perda de mandato por uso de recursos públicos em sua pré-campanha, o senador vê novamente seu futuro ameaçado.
No primeiro dia do julgamento, contudo, um voto a seu favor e um pedido de vista na ação que o PT de Lula e o PL de Bolsonaro o querem fora da política.
Juristas ouvidos pela coluna, incluindo aqueles bastante críticos à sua atuação na Lava Jato, veem as acusações neste caso bem menos robusta do que gostariam.
Há muita coisa para acontecer no julgamento do TRE, ou na instância superior eleitoral. E o julgamento em colegiados assim são de fato, em sua maioria, imprevisíveis.
Se a decisão tomada, ao final de todo o processo de julgamento, for pela cassação, os juristas são unânimes em uma coisa. O passado de Sergio Moro como magistrado e ministro ajudaram a condená-lo.