O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua em sua atuação nos bastidores para montar o maior número de palanques possíveis, e mostra, com toda a sua experiência, que São Paula é chave para as suas pretensões presidenciais em 2022.
Como lembrou a repórter Julia Chaib, na Folha, o petista afirmou recentemente aos sites de esquerda “que o PT nunca esteve tão próximo de ganhar o governo do estado, como está agora”
Disse Lula: “O PSB diz que tem o Márcio França. Em algum momento se faz uma avaliação para ver quem tem mais chances. Se for o Márcio França, vamos discutir com ele. Mas eu acho, com toda modéstia, que o PT nunca esteve tão próximo de ganhar o governo do estado, como está agora”
O raciocínio é necessário para Lula e o PT, mas nem tanto para os outros nomes cotados da esquerda para o governo de São Paulo, como o próprio França, e Guilherme Boulos, do PSOL.
O petista tem repetido a cantilena em seus encontros no Estado, e até Brasil afora. Toda a questão passa pelo fato de que, com um vice como Geraldo Alckmin, que deve se filiar ao PSB, Lula quer garantir o melhor palanque possível no principal Estado do país, mas também busca outra coisa, a unidade entre os partidos esquerdistas.
O ex-presidente sabe que esta eleição presidencial pode ser ganha no primeiro turno, à medida que a situação de Jair Bolsonaro se complica nas pesquisas de intenção de voto, assim como naquelas que medem a popularidade do governo.
Com Fernando Haddad como cabeça de chapa em São Paulo, e França como vice, por exemplo, somado ao apoio de Boulos, uma vitória pode se tornar possível, ainda mais com João Doria fora do páreo estadual.
Vitória no maior estado sempre foi fundamental na corrida presidencial.
O recado que Lula tem dado é esse: é hora do sacrifício da esquerda em torno do seu projeto lulista. O problema é que o petista sempre faz isso, e acaba por sufocar o nascimento de novas lideranças da esquerda.