Sergio Moro é um atrapalhado que acaba desarranjando quem está ao seu redor. Enquanto não define sequer o cargo ao qual vai concorrer em outubro, Moro vê o Podemos, seu antigo partido, perdido e sem rumo para as eleições.
A 167 dias das eleições, o Podemos ainda tenta se recuperar da saída de Moro, que seria o candidato da legenda à Presidência da República.
Não sabe se lança um candidato próprio, se endossa o nome de alguém da terceira via ou se fica ao lado do presidente Jair Bolsonaro e apoia sua reeleição.
Entre os que defendem uma candidatura própria, um dos nomes mais cotados é o do General Santos Cruz, que, assim como Moro, é ex-ministro do governo Bolsonaro.
O problema dessa opção é que lançar um candidato de última hora, sem conhecimento do público, é arriscado.
Apesar de o general ser um nome que pode atrair votos, principalmente pelo fato de ser militar, há um risco grande de frustração para a legenda.
A outra opção, de apoiar um nome da terceira via, também é arriscada.
No momento, a chamada “terceira via” vive uma confusão. União Brasil, MDB e PSDB tentam se unir em torno de um único candidato, mas Simone Tebet (MDB), Luciano Bivar (União Brasil) e João Doria (PSDB) gostariam de ter suas próprias candidaturas, isso sem contar com Eduardo Leite. Ainda não dá para saber quem vai ganhar: o ego ou o diálogo.
A última opção (e a pior delas) seria apoiar a permanência de Bolsonaro no poder. Essa estratégia representaria o fim do Podemos, que tentou mostrar ser um partido de direita, mas se distanciando do extremismo pregado pelos bolsonaristas. Um eventual recuo e apoio ao presidente destruiriam a imagem da legenda.
É importante deixar claro que todo esse problema foi causado porque Sergio Moro não manteve sua palavra.
O ex-ministro se filiou ao Podemos para ser candidato a presidente e, faltando um dia para o fim da janela partidária, decidiu ir para o União Brasil, onde não deverá ser candidato ao Planalto.
Moro abandonou o navio do Podemos e agora vê o naufrágio acontecendo.
O mesmo Moro que tentou se colocar como paladino da justiça mostra que não tem nenhuma aptidão para a política e até agora só fez besteira: não deu certo como ministro bolsonarista, não consegue ser candidato e ainda prejudica o partido que o acolheu primeiramente.