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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Os muitos sinais ruins de Lula com a substituição de Ana Moser por Fufuca

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h14 - Publicado em 10 set 2023, 14h36

O fato político da semana no governo Lula foi a rendição do presidente ao centrão – leia-se Arthur Lira – a ponto de trocar uma Ana Moser, e o imponente currículo da jogadora de vôlei servindo o país, por um André Fufuca, e tudo que ele não representa para o esporte brasileiro.

Se avaliarmos tanto pelo fato em si como pela forma desrespeitosa, é uma das decisões mais trágicas do governo Lula-3 em termos de simbologia.

Com a justificativa da governabilidade e do pragmatismo em relação às pautas do governo no Congresso, Lula tirou uma mulher do seu time e colocou um homem branco – o mesmo homem branco que votou pelo impeachment de Dilma Rousseff, e que o PT usa para taxar os adversários de covardes. 

E isso acontece justamente quando o país comemorava pela primeira vez um ministério com mais mulheres, ainda que longe da representação paritária.

Ser coerente com o que se prega na política não é fácil, e foi essa rendição que a decisão de Lula mostrou. 

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Ana Moser era a primeira mulher à frente do ministério dos Esportes. Não é mais. Ficou menos de nove meses completos.

Os muitos sinais ruins de Lula com a substituição de Ana Moser por Fufuca

Lula afirmou que, vencendo as eleições, faria um governo plural, com representatividade das mulheres e das minorias em seu ministério – trazendo pessoas das mais diferentes áreas capazes de transformar o Brasil.

Ana Moser é uma delas. André Fufuca, não.

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Mas a questão se agrava à medida que se vê o desabafo de Ana Moser após a demissão. Além de sincero, a declaração vai no ponto. “É uma pena. É um abandono do esporte, mas faz parte da política”, disse a ex-jogadora de vôlei após ser demitida do ministério dos Esportes por Lula.

A política em Brasília necessita de pragmatismo, mas não pode ser usada para tirar uma medalhista olímpica do ministério dos Esportes, entregando a pasta a um carreirista político que nunca apresentou um projeto sobre a área que comandará.

Críticos dirão que a coluna já está errada porque a delação de Mauro Cid é bem mais importante que a demissão de uma mulher que comandava o Ministério dos Esportes.  Engano, politicamente é a demissão de Ana Moser, revelando Brasília como ela é: a esportista não tem o padrinho que Fufuca mostrou ter.

Mauro Cid é o fato jurídico, a página policial mais lida da semana. Tem a ver com Bolsonaro e não com o governo Lula.

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