O Centrão entrou para a base do governo Lula retirando duas mulheres do alto escalão e que eram de confiança do presidente: Ana Moser, do ministério dos Esportes, e agora Rita Serrano, da Caixa Econômica Federal.
Quem comandará o banco público daqui para frente será o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado por Arthur Lira, que patrocinou todo o acordo costurado nesses últimos meses na primeira minirreforma ministerial de Lula 3.
Lira colocou legendas como PP e Republicanos, sempre disse que não exigiu nomes para os cargos do executivo federal, mas seu aliado de longa data acabou na presidência da Caixa.
Não há nada de errado em fazer alianças com partidos, especialmente em bases programáticas, e ceder espaço em troca de governabilidade no Congresso – parte importante do presidencialismo de coalizão que vivemos.
Fingir que isso não acontece é que gera estranheza. Não compreender a consequência disso para a gestão petista também.
A retirada das duas mulheres do primeiro escalão é ruim para o governo Lula e para a imagem do próprio presidente, que fez acenos enfáticos ao eleitorado feminino durante a campanha eleitoral.
Começou o governo em janeiro com o 30% da esplanada ocupada por mulheres, um recorde de nomeações para ministérios, mas já não se pode dizer o mesmo.