O presidente Jair Bolsonaro precisou de seis meses para tirar uma diferença de 11 pontos para o ex-presidente Lula – isso se focarmos apenas nos números de um eventual segundo turno entre os dois.
Mas por que esse cenário é importante? Porque, até o momento, ninguém da chamada terceira via, ou do centro, se mostrou competitivo a ponto de evitar essa disputa a partir do dia 3 de outubro deste ano.
Aliás, faltam exatos sete meses para o que vem se desenhando dia após dia no Brasil. Um reencontro entre Bolsonaro e o PT no segundo turno, mas desta vez não com Fernando Haddad, e sim contra “Lula 2.0”, com uma disposição ainda maior.
O petista conseguiu vitórias impressionantes na Justiça. Foram anulados, paralisados, suspensos, arquivados todos os 24 processos abertos contra ele. Além disso, se porta como presidente sem ser o presidente, enquanto o presidente mesmo… deixa para lá.
Mesmo assim, Bolsonaro tem conseguido tirar a diferença, de acordo com a pesquisa PoderData. Como mostrou a colunista de VEJA Clarissa Oliveira, o respiro do atual governo, pressionado pelo desempenho de Lula nas pesquisas, veio na simulação de segundo turno.
Até aqui, Bolsonaro conseguiu um programa social para chamar de seu, ampliou outras despesas e, para isso, furou o teto de gastos. Além disso, usa as emendas parlamentares para comprar apoios e permitir que aliados administrem parte do Orçamento.
Como esta coluna mostrou no dia 4 de dezembro, ou seja, três meses atrás, o presidente Jair Bolsonaro está, sim, construindo alternativas para o futuro em busca de fortalecimento nas eleições de 2022.
Segundo cientistas políticos ouvidos pela coluna, as próximas pesquisas serão fundamentais para dizer se o presidente está conseguindo mesmo virar o jogo.