Este colunista odeia ser repetitivo, mas o governo atual exige a repetição. Assim como dito em agosto, o ministro da Saúde precisa deixar o cargo. Marcelo Queiroga demonstrou nesta terça, 7, mais uma vez, que não tem nenhum preparo para o cargo que ocupa e que ignora a ciência para obedecer ao presidente da República.
Ao condenar o passaporte da vacina, Queiroga disse uma frase inacreditável: “às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade”. Sim, um ministro disse isso. Pior ainda, um médico teve coragem de fazer essa afirmação.
A frase é uma referência ao que o presidente Jair Bolsonaro vive dizendo. Em sua postura antivacina, ele insiste que não deve haver passaporte e tenta convencer que seu posicionamento tem a ver com a liberdade. Em vez da exigência da vacinação, o governo resolveu exigir apenas uma quarentena de cinco dias para viajantes não vacinados contra a covid-19 que desembarcarem no Brasil.
Um presidente que defende ditaduras resolveu falar sobre liberdade em relação aos viajantes que querem entrar no Brasil. Depois de tudo o que aconteceu nessa pandemia, é inadmissível que a postura do governo continue sendo negacionista e omissa. Mesmo diante da ameaça de uma nova variante, a equipe de Bolsonaro não admite mudar de ideia.
Como esta coluna adiantou, era óbvio que o presidente ia iniciar uma nova rodada de conflitos. Acontece que a previsão se tornou realidade antes do esperado. Bolsonaro não perde tempo.
Agora, o ministro da Saúde, que deveria seguir a ciência, mostra que está prestando continência para o chefe negacionista. Num país onde a maior parte da população adulta aceitou ser imunizada, Bolsonaro insiste em negar os fatos.
Até mesmo dentro do grupo dos bolsonaristas, está claro que as pessoas se vacinaram. Nem em seu grupo de seguidores mais fieis, Bolsonaro consegue adesão às suas ideias sem sentido.
Não há palavras suficientes para definir esse governo. O absurdo dos absurdos dito pelo ministro, na verdade, só evidencia que nenhum integrante dessa equipe está preparado para ocupar qualquer cargo no governo.