O governo Lula havia reduzido a intensidade da crise com o MST do início do ano, mas agora a temperatura subir novamente. Ou seja, o que chamei aqui de fogo amigo, deve ser de novo disparado, com consequências ainda piores para a gestão petista no atual momento. Para além do fato de que o bolsonarismo voltará a usar isso contra o atual presidente da República.
O Movimento Sem Terra invadiu novamente uma área da Embrapa em Petrolina, neste domingo, 30, dizendo que o governo não cumpriu acordos previamente estabelecidos em abril.
Hoje, segundo apurou a coluna, passou a desocupá-la porque avançaram as negociações com Paulo Teixeira, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Mas tudo pode voltar a piorar porque é crescente a insatisfação do MST com o governo, que tem sido acusado pelo movimento de ser lento, entre outros adjetivos.
Todo mundo sabe que a relação siamesa do PT com o MST é explorada insistentemente pela direita e pelos integrantes do agronegócio mais refratários ao governo Lula.
O MST virou um grande produtor de alimentos orgânicos por pequenos agricultores e isso estava mudando sua imagem. Os assentamentos que eles exigem que sejam feitos estão elevando a capacidade produtiva do país.
Mas se ocupações e invasões – como a das últimas horas – virarem rotina, a CPI sobre o tema no Congresso vai pegar fogo e será um palco ainda pior para minar Lula e seu terceiro governo.