A estratégia número 1 da campanha de João Doria está definida: conseguir ao menos 70% dos eleitores de Sergio Moro, que desistiu da corrida presidencial, e, com isso, iniciar o crescimento nas pesquisas.
O primeiro passo já não será fácil.
Pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quarta, 6, mostrou que Jair Bolsonaro ganhou quatro pontos após o ex-juiz, que tinha cerca de 10% nos levantamentos, abandonar a candidatura, o partido Podemos e seus “eleitores”.
Doria ainda patina, com apenas 3%.
Enquanto a briga no ninho tucano permanece, e Eduardo Leite tenta antidemocraticamente descumprir o combinado nas prévias da qual saiu derrotado, a equipe do ex-governador começa a tocar o trabalho.
Mesmo que a ideia seja a de tentar encontrar um caminho na terceira via, apelidada por Doria de “via da esperança”, ou seja, “nem lula, nem Bolsonaro”, o ex-governador deverá concentrar, neste momento, mais ataques contra o petista. Isso, para tentar atrair o voto “morista”, digamos assim.
“Lula é a cara do atraso! A cara do retrocesso. O Brasil precisa olhar pra frente. Criar oportunidades para os mais pobres se tornarem classe media. E não empobrecer a classe média por decreto”, afirmou o ex-governador nesta quarta-feira, 6, após o ex-presidente afirmar que a classe média ostenta um padrão acima do necessário.
Na avaliação de integrantes da campanha de Doria, uma fatia grande do eleitorado ainda está longe de entender o que está acontecendo na corrida eleitoral.
Não sabe que Moro deixou a disputa, não sabe que Doria está na corrida e muitos deles não entendem nem que o tucano deixou a prefeitura e assumiu o governo estadual, no qual fez um bom trabalho como “pai da vacina” contra Covid-19.
A ideia é que só agora – com a oficialização da saída dele do Palácio dos Bandeirantes – a estratégia de informar o eleitorado, e ir construindo uma candidatura competitiva, ganhe corpo.