Em menos de 24 horas, Tarcísio de Freitas mostrou duas faces. No sábado, na Festa do Peão de Barretos, exaltou Jair Bolsonaro e segurou um boneco inflável do padrinho político. No domingo, em São Paulo, apresentou-se com discurso próprio: citou Juscelino Kubitschek, defendeu cortes de ministérios, uma reforma administrativa e até lançou o lema “40 anos em 4”.
O contraste revela a estratégia. Ao mesmo tempo em que preserva laços com o bolsonarismo, o governador paulista ensaia passos de independência. No evento do Esfera, evitou citar Bolsonaro ou Donald Trump e concentrou críticas na política externa de Lula, em tom de presidenciável.
O movimento ocorre no momento em que o Republicanos já admite Tarcísio como potencial candidato ao Planalto. E nos bastidores, líderes do Centrão dizem que a escolha está feita: “não se discute mais isso”.
Enquanto isso, a confusão dentro da direita cresce. Eduardo Bolsonaro ataca governadores. Bolsonaro reage contra o próprio filho. Valdemar sustenta a lealdade a qualquer custo e aposta em Trump. Nesse ambiente de antagonismos, Tarcísio vê cair em seu colo o posto de candidato anti-Lula e está claramente entusiasmado com o posto de ser a alternativa da oposição para 2026.

