Circula no Facebook e em grupos de WhatsApp desde o início da semana uma notícia falsa que garante que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a retirada do Big Brother Brasil, da TV Globo, do ar.
O motivo da decisão, tão drástica quanto fictícia, seriam as intensas atividades do casal Emilly e Marcos sob o edredom, filmadas pelas câmeras do reality show: “Após cenas obscenas no BBB2017, o Ministro Gilmar Mendes determina a retirada do ar”, diz a manchete.
Para o Jornal Brasil – Política e Democracia, de onde a mentira saiu, pouco importa que o programa apresentado por Tiago Leifert não tenha veiculado as imagens dos “brothers” na TV aberta – elas ficaram restritas ao pay-per-view. O site atribui à caneta de Mendes a seguinte pérola, com nada menos que quatro erros de ortografia ou gramática em algumas poucas linhas:
“Esse programa esta [sic.] se opondo ao pudor, é extremamente vulgar. Sem moral e esta [sic.] provocando indignação pela falta de moral na população, nõa [sic.] está de acordo com as finalidades educativas aos quais [sic.] é proposto o Código Brasileiro de Telecomunicações e o Regulamento dos serviços de Radiodifusão.”
Para evitar que uma simples consulta à programação da emissora desconstrua a mentira, seus criadores ponderam que a decisão não é imediata: “O julgamento de Gilmar Mendes será analisado e se realmente estiver em desacordo com o Código Brasileiro de Telecomunicações o programa deverá ser retirado do ar”.
Embora o ministro do STF não tenha determinado que a veiculação do BBB seja interrompida, não foram poucos os incautos que acreditaram na lorota. Apenas no site do Jornal Brasil, houve 157 comentários, a maioria aplaudindo a suposta decisão de Gilmar Mendes.
“Elogiável e necessária providência. A moral, os bons costumes e a família brasileira agradecem”, escreveu um internauta. “Parabéns ao Sr. Ministro. Deveriam passar um pente fino nas programações de TVs abertas. Nossa juventude está sendo corrompida por falsos valores”, elogiou outro.
A assessoria do gabinete de Mendes ressalta que “nunca houve nenhuma decisão do ministro Gilmar neste sentido e não há qualquer tipo de processo envolvendo este programa de TV tramitando no gabinete”.
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