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Bailarina que sobreviveu a Auschwitz lança livro de memórias; leia trecho

Edith Eva Eger, 91 anos, narra experiências do campo de concentração e conta como lidou com os traumas após a guerra

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 mar 2019, 17h09

Estou dançando no inferno”, pensou Edith Eva Eger, aos 16 anos, no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Bailarina e ginasta profissional, a jovem, então de cabelo raspado e uniforme de prisioneira, recebeu a ordem de Josef Mengele: “Pequena dançarina, dance para mim”. Mengele, médico e capitão da SS, tropa de elite nazista, ganharia o apelido de “anjo da morte” — e a adolescente judia já sabia do que esse anjo era capaz. Ao chegar a Ausch­witz, a mãe de Edith foi selecionada por Mengele para seguir na fila da câmara de gás. “Ela vai tomar banho”, mentiu ele, sorrindo. O pai também teve a vida ceifada naquele que se tornaria o mais notório palco do Holocausto, onde morreu 1,3 milhão de pessoas. Mengele tinha outro prazer obscuro: tratar as prisioneiras como entretenimento. O carrasco passeava pelos barracões em busca de talentos que pudessem diverti-lo, rotina que o fez conhecer Edith. Por um ano, entre 1944 e 1945, a garota usou mais vezes a dança para sobreviver ao genocídio. No término da guerra, Edith e a irmã Magda foram deixadas em uma pilha de corpos para morrer (uma terceira irmã já havia escapado de ser presa). Doente e pesando 32 quilos, ela foi resgatada por soldados americanos. Hoje, aos 91 anos, morando na Califórnia, a ex-ginasta ainda dança e, após décadas sofrendo de stress pós-traumático, Edith, doutora em psicologia, narra sua história espantosa em volume recém-lançado no Brasil, A Bailarina de Auschwitz (Sextante). “É importante que meus bisnetos saibam que seus ancestrais nunca desistiram”, disse a VEJA.

Confira o prefácio e o primeiro capítulo do livro e leia a reportagem na íntegra.

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