Biografia de Clarice pode ir ao cinema
Há um investidor inglês de olho em Clarice, (com vírgula ao final), biografia da escritora Clarice Lispector assinada pelo americano Benjamin Moser. Sua intenção é comprar os direitos da obra e levá-la ao cinema. “Eu gosto da ideia de que o filme não seja feito no Brasil, porque desde o começo, quando pensei em fazer […]
Há um investidor inglês de olho em Clarice, (com vírgula ao final), biografia da escritora Clarice Lispector assinada pelo americano Benjamin Moser. Sua intenção é comprar os direitos da obra e levá-la ao cinema. “Eu gosto da ideia de que o filme não seja feito no Brasil, porque desde o começo, quando pensei em fazer a biografia, a minha intenção era tornar Clarice conhecida no resto do mundo. Os brasileiros já a conhecem bem”, diz Moser. “Mas ainda é cedo para saber quando e se o filme será realizado.”
Em sua quarta visita à Flip – a primeira foi por insistência de um amigo, que lhe garantiu que em Paraty ele encontraria caminhos para acessar Clarice -, esta é a primeira vez que Moser participa do evento como autor convidado. Mediou uma mesa sobre Gilberto Freyre na manhã deste domingo e participa da mesa “Nacional, Estrangeiro”, como autor, à tarde. O tema é uma síntese de Moser, um americano que conheceu e se apaixonou por Clarice na faculdade, e desde aí vem ajudando a divulgar e a movimentar a cultura brasileira.
O pesquisador conta que, se vier a fazer uma nova biografia de um escritor brasileiro, ideia que guarda na gaveta, será sobre João Guimarães Rosa. O mineiro é, para ele, um dos grandes da literatura. Com autores do porte de Guimarães Rosa e Clarice, que Moser compara a Kafka e Spinoza, o pesquisador atribui à pouca dispersão da língua portuguesa pelo mundo o quase anonimato dos autores nacionais fora do país. “Faltam tradutores.”
Seu objetivo inicial, porém, de tornar Clarice um nome mais conhecido internacionalmente, ele diz ter alcançado. “Está crescendo o volume de traduções e de interessados na obra.”
Maria Carolina Maia