Vampirismo, leituras de atores globais, literatura africana de língua portuguesa, Clarice Lispector, livro digital e literatura infantil estão entre os componentes da eclética programação 21ª Bienal do Livro de São Paulo, que começa nesta quinta-feira. Com um viés mais pop e orçamento reforçado em 2010 (o investimento de 30 milhões é 35% maior que o da última edição), o evento reafirma seu caráter de grande feira da literatura – diferentemente da recém-realizada Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), por exemplo.
“A Bienal tem um aspecto comercial bastante relevante. E sem dúvida a programação diversificada é uma tentativa de atrair público”, reconhece Eduardo Mendes, diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que em seguida relativiza a questão. “Mas não nos preocupamos em ampliar o número de visitantes de 2008, quando passaram pelo evento cerca de 700.000 pessoas. O nosso objetivo é qualitativo.” De acordo com Mendes, a Bienal terá quatro eixos principais: um sobre Clarice, outro sobre o livro digital, um terceiro a respeito de Monteiro Lobato (e a literatura infatil) e o último sobre a lusofonia (a relação entre países de língua portuguesa).
Entre os autores “vamp” convidados do evento, estão o brasileiro André Vianco, autor do hit Os Sete, e o canadense Dacre Stoker, que em parceria com Ian Holt escreveu Drácula – o Morto Vivo, uma continuação a obra de seu tio-bisavô, Bram Stoker. Também na linha dos best-sellers, estão os estrangeiros John Boyne (O Menino do Pijama Listrado), e Jostein Gaarder (O Mundo de Sofia), e os brasileiros Thalita Rebouças e Roberto Shinyashiki.
Entre os autores de livros infantis, figuram os bem-sucedidos Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Ziraldo e Maurício de Souza. E, no elenco global que participará do palco literário, estarão Regina Duarte, Sergio Marone e Nívea Stelmann.
Haverá ainda autores consagrados, como os brasileiros Lygia Fagundes Telles, Laurentino Gomes e Milton Hatoum e os africanos Mia Couto e José Eduardo Agualusa. A proximidade com a Flip, que neste ano passou de julho a agosto por causa da Copa do Mundo, ajudou a Bienal a reforçar a programação com a iraniana Azar Nafisi e o americano Benjamin Moser, autor de Clarice, (Cosac Naify), biografia de Clarice Lispector, que em 2010 completaria 90 anos.
A Bienal do Livro terá em exposição mais de 2,2 milhões de livros, de 220.000 títulos – dos quais 4.200 lançamentos. Serão 40 mesas no Salão de Ideias. O evento acontece de 12 a 22 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Clique aqui para conferir a programação completa.
Maria Carolina Maia