A Fliporto perdeu uma das suas principais atrações neste domingo. O poeta sírio Ali Ahmed Said Esber, mais conhecido pelo pseudônimo Adonis, cancelou sua participação no evento por problemas de saúde. Ele participaria da mesa “Faces da poesia, literatura e identidade árabes na atualidade”, marcada para as 15h15.
A princípio, não haverá substituição e a mesa seguirá com os outros dois nomes previstos, o poeta e tradutor Michel Sleiman e o romancista amazonense Milton Hatoum. Adonis, apesar de pouco conhecido no Brasil, onde não tem ainda nenhum livro lançado, é um recorrente candidato ao Nobel de Literatura. Neste ano, como em outros, muitos apostaram na sua vitória, mas deu Mario Vargas Llosa, para quem outro convidado da Fliporto, o argentino Ricardo Piglia, é um escritor fraco.
Outro destaque deste domingo é a conferência do argentino Alberto Manguel, ex-secretário de Jorge Luis Borges que se tornou um estudioso do livro, às 10h. Não há nenhuma mesa prevista sobre Clarice Lispector, a homenageada do evento. Elas se concentraram neste sábado, com a participação do biógrafo Benjamim Moser, que contou como se apaixonou por Clarice ao ler A Hora da Estrela para uma aula de português na faculdade e então não parou mais. Como Camille Paglia, que se encantou por Daniela Mercury e se dedica agora a divulgar a cantora e a cultura brasileira mundo afora, dizendo-se uma espécie de “embaixadora do Brasil”, em suas próprias palavras, Moser tomou para si a missão de difundir a obra de Lispector.
VEJA Meus Livros fez uma entrevista em vídeo com Moser durante a Flip, evento onde o americano, cada vez mais querido dos brasileiros, foi mediador este ano. Clique aqui para conferir as teorias que ele desenvolveu sobre a obra de Clarice Lispector, que estão presentes na biografia Clarice,, lançada no país pela Cosac Naify.
Maria Carolina Maia