Poucas coisas são mais chatas na vida do que esperar. Esperar em aeroporto então pode ser ainda pior. Comidas e bebidas super caras, filas nos banheiros, falta de cadeiras e tomadas disputadas a tapas.
Aí você olha pro lado, vê a placa que indica as Salas VIP, e sonha com o dia que ganhará na loteria para poder usufruir de uma delas.
Mas saiba que ninguém precisa ser milionário, ter cartão de fidelidade ou viajar de executiva ou primeira classe para ter acesso a um lounge de aeroporto. Na realidade, sua entrada nestes oásis de comidinhas, bebidas, massagens, wifi gratuito e outros mimos é bem mais fácil do que muita gente imagina.
Claro que é preciso algum dinheiro _ou cara de pau_ para entrar nestas salas que despertam a curiosidade de quem nunca foi.
Se você quer ser VIP na sua próxima viagem, mesmo que por apenas algumas horas, aqui vão algumas opções.
> Filie-se a um “clube de lounges”
Já ouviu falar do Priority Pass? Não? Pois ele pode mudar sua vida. Resumidamente você faz uma assinatura anual e tem direito a usar mais de 700 salas VIP espalhadas pelo mundo. Por três anos fui assinante e nunca fui a um aeroporto que não tivesse ao menos uma salinha para usar. Para quem viaja com frequência e principalmente para quem tem de trabalhar no aeroporto, é uma ótima opção. Para mim, valeu o investimento. Os lounges sempre têm wifi, comidas, bebidas alcoólicas e a maioria deles oferece chuveiros (vale conferir as comodidades no aplicativo deles antes de escolher seu lounge).
O Priority Pass tem três tipos de assinatura:
Prestige – você paga US$ 399 por ano e tem visitas ilimitadas durante este período
Standard Plus – US$ 249 por ano e dez visitas incluídas (as excedentes custam US$ 27 cada uma)
Standard – assinatura de US$ 99 e US$ 27 por cada lounge que você usar
Alguns cartões de crédito no Brasil oferecem gratuitamente a assinatura do Priority Pass, como o Visa Platinum, o MasterCard Black, além de alguns cartões do Santander, da Porto Seguro e do HSBC. Confira com seu banco ou sua operadora.
> Compre um “day pass”
Se você não viaja com tanta frequência mas ainda assim quer tornar sua experiência no aeroporto um pouco mais prazerosa, é possível comprar passes para frequentar alguns lounges pelo mundo. A vantagem é que não é necessário pagar a anuidade, apenas as visitas. A Lounge Pass oferece o serviço em 190 aeroportos espalhados pelo mundo.
O processo é bem simples. Basta entrar no site, escolher seu aeroporto, o dia e a hora de sua visita e fornecer o numero do voo. Depois, basta pagar no cartão e pronto, seu acesso ao paraíso está garantido.
Para ficar três horas no Executive Lounge, em Cumbica, por exemplo, você tem de desembolsar 29 libras, ou cerca de R$ 125. Se você for comer, beber e trabalhar enquanto espera seu voo, talvez valha a pena pagar para ter sossego e comidas/bebidas à vontade.
Outra empresa que oferece serviços similares é a Plaza Premium Lounge. São menos opções de lounges do que a Lounge Pass. No Brasil, por exemplo, eles só têm salas no Galeão, no Rio. Uma estadia de duas horas na sala VIP do aeroporto sai por US$ 65, ou cerca de R$ 208.
Algumas companhias aéreas também oferecem day passes para quem tem bilhetes. Na United, por exemplo a entrada num United Club sai por US$ 59 (R$ 189). A American também oferece a mesma comodidade em seus Admirals Clubs por US$ 50 (R$ 160).
Mesmo que você não esteja viajando em uma destas companhias, sempre vale a pena visitar os lounges do aeroporto em que você estiver para ver os que aceitam pagamento na hora pelas visitas. Muitas vezes há salas VIP locais, não de empresas aéreas, que recebem passageiros mediante pagamento.
> Associe-se a uma companhia aérea
As empresas aéreas americanas, em geral, oferecem uma anuidade para quem não tem status, mas que viaja com frequência em seus voos e quer usufruir dos lounges pelo mundo.
Na United, por exemplo, há uma taxa de adesão de US$ 50 mais a anuidade de US$ 550 por pessoa para ter direito a usar os United Club e as salas da Star Alliance pelo mundo.
Na American, a taxa de adesão para usar os Admiral Clubs também é de US$ 50 e a anuidade um pouco mais baixa: US$ 450. A Delta não cobra taxa de adesão e a anuidade é de US$ 450.
Mas atenção, você só terá direito a usar estes lounges caso esteja com um cartão de embarque da própria companhia aérea.
> Tenha um cartão de crédito que ofereça lounges em aeroportos
Há algumas opções no mercado. Diners e American Express oferecem o serviço em alguns aeroportos no país e fora.
Com o Diners Club International é possível usar as salas com um acompanhante. Convidados extras pagam à parte. O American Express tem diversas opções de cartões com este tipo de serviço. O mais completo, que têm salas no Brasil e no exterior, é o Platinum Card Bradesco, que dá direito ao titular e um convidado.
Consulte seu banco ou operadora de cartão de crédito para saber se você tem direito a estes benefícios.
> Recorra a um aplicativo
Está achando muito complicado este mundo dos lounges? Sim, ele pode ser um pouco para quem não está acostumado. Para te ajudar com isso, o aplicativo LoungeBuddy, que também tem versão para desktop, é uma mão na roda. Você informa sua localização, suas preferências, cartões de fidelidade, etc, e ele te dá todas as dicas que precisa saber. Informa as salas que aceitam day passes, as que aceitam Priority Pass e afins. É uma ótima ferramenta para quem viaja. E o melhor é que o aplicativo é gratuito!
> Peça ajuda a um desconhecido
Bem, eu nunca tive coragem de testar esta tática, mas já vi muita gente fazendo. É simples. Basta ficar parado na entrada de um lounge e contar com a boa vontade de algum usuário para te apresentar como acompanhante na recepção da sala. A maioria dos cartões de fidelidade dá direito a um acompanhante para quem está viajando. Mas vale lembrar que você tem que voar com alguma das empresas aéreas da sala que quer usar, não necessariamente no mesmo voo de seu “acompanhante”.
Use sua melhor cara de cachorro sem dono e boa sorte!