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Depois de González, Maduro vai focar a mulher mais corajosa do mundo?

Até o tirano entende que a reação seria enorme, mas também sabe que María Corina Machado é grande demais e não pode continuar livre

Por Vilma Gryzinski 3 set 2024, 06h40
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  • Maria Corina Machado
    O próximo alvo: sem avião, mas com muita raiva, Maduro tem em María Corina o objetivo principal (Carlos Becerra/Getty Images)

    Se pudesse, Nicolás Maduro prenderia María Corina Machado na mais profunda masmorra do Helicóide, o prédio modernista transformado em inferno medieval de torturas e maus tratos praticados pela polícia política.

    Só durante a campanha que ela liderou na base da cara e da coragem -ambas prodigiosas -, mais de cem pessoas do entorno de María Corina foram presas.

    Agora, a decretação da prisão de Edmundo González, o homem que ela transformou em presidente legitimamente eleito, mostra que Maduro e companhia resolveram aumentar as apostas. Estão seguros com seus aliados do eixo da maldade – Rússia, China, Irã. E estão se lixando para países como o Brasil e a Colômbia, cujos governos ficaram em cima do muro, fingindo uma posição imparcial.

    Maduro, com a concordância tácita de seus amigos no governo brasileiro, tinha a opção de “esperar passar”: deixar a grotesca farsa eleitoral ir ficando menos presente na memória do público e que o desânimo tome conta dos venezuelanos que, contra todas as evidências, tiveram esperança de mudança e continuaram a sair às ruas, atendendo aos apelos de María Corina.

    Essa fase já passou. A prisão de González leva o jogo a um outro patamar.

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    O que impede um regime ensandecido de simular uma prisão “legal” de María Corina, tal como aconteceu com Edmundo González?

    Armações descaradas são uma especialidade do regime madurista e as constantes acusações contra ambos funcionaram uma espécie de preparação do terreno, A mais recente foi acusá-los de da “sabotagem do sistema elétrico como parte do plano golpista que defendem” – o apagão dos últimos dias. Apagões viraram o estado natural da Venezuela, tão geologicamente privilegiada em termos de energia, mas até pelos padrões produzidos pela combinação de incompetência e corrupção o blecaute de sexta-feira passada foi enorme, atingindo vinte dos 24 estados venezuelanos.

    Nicolás Maduro deve estar se sentindo pelo menos parcialmente vingado, pela humilhante perda do seu brinquedo predileto, o avião comprado com o suor do povo venezuelano. O jato de doze lugares, apreendido espetacularmente por autoridades americanas na República Dominicana, virou um símbolo instantâneo de que as sanções ao regime venezuelano também entraram em outro patamar.

    O alvo preferencial do tiranete não é, obviamente, González, o diplomata aposentado de discurso civilizado. É María Corina, uma das mulheres mais corajosas do mundo hoje em atividade, capaz de mobilizar as massas com uma qualidade difícil de explicar que González, nem muito menos Maduro, têm: o carisma.

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    Na falta de explicação mais inteligível para seus leitores, a revista The Spectator definiu María Corina como uma mistura de Evita com Margaret Thatcher, com o dom de falar diretamente à população e não hesitar nos princípios liberais.

    Ela mesma disse numa entrevista ao site argentino Infobae que era acusada de ser intransigente quando a oposição começou a tentar formar uma frente ampla – e que não mudou desde então. Foram os venezuelanos que se aproximaram de suas posições, massacrados por um regime que prometia o paraíso e entregou o inferno. Ou seja, a maioria dos venezuelanos também foi ficando intransigente.

    Para vergonha de quem foi do feminismo em suas origens, nenhuma feminista conhecida denunciou a incrível rede de perseguições a María Corina.

    Se ela for presa, como parece ser a intenção do regime bolivariano, os que estão em cima do muro vão ficar sem muro.

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