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Musk provoca: “Kamala comunista”; mas pesquisas vão bem para ela

Imagem de inteligência artificial deixa democratas surtados, embora números sejam tão a favor da candidata que alguns dão vitória garantida

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 set 2024, 10h36 - Publicado em 5 set 2024, 06h26

É lícito usar imagens de candidatos criadas por inteligência artificial? Nos Estados Unidos, pode. Embora lícito seja diferente de correto: o mesmo instrumento usado para mostrar Kamala Harris com um imaginário uniforme vermelho de jeitão maoísta (e a danada continuou bonita), retratou Elon Musk, o propagador do truque, e Donald Trump com braçadeiras nazistas. Os danos à reputação são enormes, mesmo quando se trata de personalidades da vida pública, mais expostos, portanto, do que cidadãos comuns.

O site Mediaite mostrou as duas imagens, mais outras parodiando Musk em situações ridículas. Ele é grandinho o suficiente para aguentar.

Essa é a primeira campanha presidencial americana com vasto uso de inteligência artificial. Faltando exatamente dois meses para a eleição, só podemos esperar artilharia pesada, principalmente porque a situação é de empate e cada voto arrancado, a poder do que for, conta.

Na média das pesquisas do RealClearPolitics, Kamala continua a subir. Está com 48,1% contra 46,2%.

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PODER DA IMAGEM

O jornal britânico The Telegraph fez uma pesquisa própria, encomendada ao instituto Redfield & Wilton Strategies, que deu segurança suficiente para publicar uma manchete arriscada: “Kamala Harris vai ganhar a eleição nos Estados Unidos, mostra pesquisa do Telegraph”.

A base dessa segurança toda está nos números de três estados pêndulo: Kamala ganha em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Com isso, garante 270 votos no colégio eleitoral (atualmente, tem garantidos 226). Trump ficaria com 262. É uma diferença muito pequena para que outros banquem com tanta certeza a vitória da candidata democrata.

Há analistas – embora tenham que ser buscados na Fox News e nos outros poucos meios não pró-democratas – que destacam outros pontos: ao contrário do que acontece normalmente, Kamala não teve um impulso significativo depois da convenção democrata, na qual foi mostrada praticamente como a segunda vinda.

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A Fox fez uma pegadinha: entrevistou participantes durante a convenção, perguntando qual era a proposta de Kamala que mais aprovavam.

Foi difícil achar uma resposta. O fato é que propostas deixaram de ser um fator fundamental das campanhas, substituídas pelo poder da imagem e da comunicação não verbal. Depois de ver um milhão de postagens nas redes sociais, os eleitores sentem intuitivamente qual o candidato que preferem, com quem se identificam mais organicamente.

Vai dominar a inflação ou turbinar a economia? Por mais importante que isso seja, acaba em segundo plano diante da sensação de identidade com a imagem transmitida, principalmente se ela for “contra tudo isso que está aí” – uma das dificuldades do eterno rebelde Trump, justamente, tem sido a de identificar Kamala como a candidata do sistema.

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É assim, e pode ser muito criticado, mas as reclamações não vão nos ajudar a entender melhor o que está acontecendo.

CONFRONTO NO CEMITÉRIO

Essa guerra da imagem sempre fez parte integrante da política, mas agora ganhou uma preponderância sem precedentes.

Um exemplo da campanha americana: os democratas simplesmente mentiram ao dizer que Donald Trump tinha se apoderado indevidamente da presença, no cemitérios de Arlington, de familiares dos treze militares americanos mortos na espantosamente atabalhoada retirada do Afeganistão ordenada por Joe Biden.

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Dez familiares dos mortos num atentado a bomba, que completou três anos, emitiram um comunicado dizendo que tinha sido deles a iniciativa de pedir a Trump a visita aos túmulos, com fotos e vídeos solicitados por eles, não pela campanha.

Por causa desses registros, houve um incidente com um funcionário do cemitério militar, por não ser permitido esse tipo de procedimento.

O incidente no cemitério, somado às mentiras da campanha democrata, formou a imagem de que Trump estava tentando se aproveitar eleitoralmente dos familiares dos mortos, não obstante estes tenham se declarado desejosos e orgulhosos de sua presença.

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SEM “JÁ GANHOU”?

O que vale, todos sabemos, é a versão. E Trump, tão bom nisso, não tem demonstrado dispor de uma estrutura à altura da poderosa máquina democrata, que tem mais gente, mais dinheiro e muito mais apoio dos veículos de comunicação (muitos dos quais também mentiram sobre os acontecimentos em Arlington; a NBC chegou a proclamar, falsamente, que Kamala também havia se encontrado com familiares de vítimas da retirada do Afeganistão).

Sem contar a sensação de novidade que Kamala Harris evocou, mesmo sendo uma vice-presidente apagada e mal avaliada, tendo dado uma impressionante guinada em termos de comunicação com o público.

O desejo de ser o primeiro a dizer “já ganhou”, tão irresistível a todos os jornalistas, deve ser visto com as devidas cautelas. As pesquisas estão muito apertadas e flutuantes. Por exemplo, o resultado em Michigan, que foi dado pelo Telegraph como determinante para concluir pela vitória de Kamala, é diferente em outra pesquisa, do WDIV/Detroit News. Nela, Trump aparece com 44,7%, contra 43,5% para a vice-presidente.

Considerando-se as coisas estonteantes que já aconteceram nessa campanha, incluindo o atentado contra Trump e a desistência de Joe Biden, é bom resistir à tentação do “já ganhou”. Pelo menos até a próxima pesquisa.

Ou o próximo post naquela plataforma proibidona.

O de Musk sobre a “Kamala comunista” teve mais de 60 milhões de visualizações no primeiro dia.

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