Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

O que pode mudar

Apesar do favoritismo, não se pode afirmar que Lula já venceu

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 12h35 - Publicado em 20 fev 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Neste momento, meados de fevereiro, a disputa presidencial se dá em torno de duas narrativas. A do ex-presidente Lula (PT) e a do presidente Jair Bolsonaro (PL), que pontificam com suas visões de mundo canalizando, majoritariamente, as preferências do eleitorado. As demais opções aparecem apenas como lampejos de esperanças. No entanto, nem tudo é o que parece. Não se pode afirmar que Lula será o próximo presidente do Brasil, ainda que seu favoritismo hoje seja inequívoco.

    Basicamente, por algumas razões. A primeira é que Lula continua a abordar temas que afastam setores do eleitorado menos corporativistas e esquerdistas. Temas que já estão superados e que só agradam ao seu eleitorado cativo, que está longe de ser majoritário. Lula, assim como Bolsonaro, precisa de votos de eleitores que não são afeitos a temas de natureza ideológica e buscam solução para problemas concretos do dia a dia. A segunda razão é que o brasileiro ainda não está tão preocupado com as eleições quanto a imprensa quer fazer crer. Para o cidadão comum, há mais coisas em que pensar neste momento do que no próximo presidente da República. No momento, os desafios da vida são mais urgentes para a maioria do que uma reflexão aprofundada sobre as eleições.

    “Para o cidadão comum, há mais coisas em que pensar neste momento do que no próximo presidente”

    A terceira questão, pouco destacada na imprensa especializada, é que, nas pesquisas espontâneas de intenção de voto, o ponteiro Lula aponta, em média, para 35%. Já Bolsonaro aparece com 23% da preferência. No tracking que a Atlas Intel promove em parceria com a Arko Advice, a diferença se revelou ainda mais intrigante nas últimas semanas. Lula aparece com cerca de 44%, e Bolsonaro, com cerca de 36%. A distância entre ambos não é impossível de ser superada. Vale destacar que Jair Bolsonaro, mesmo com elevada rejeição, mantém uma intenção de voto relevante que pode ser turbinada por iniciativas do governo.

    Continua após a publicidade

    O quarto ponto que abordo está no fato de que, no momento, ainda é elevado o número de eleitores que não querem nem Lula nem Bolsonaro. Cerca de 14% do eleitorado se divide entre os demais candidatos e aproximadamente 25% do eleitorado ainda não escolheu em quem votar. É um espaço robusto para a ocorrência de surpresas. Em especial se os candidatos se unirem ou um novo nome aparecer na disputa. Também merece atenção o fato de que teremos a propaganda partidária sendo exibida na televisão nos próximos meses. Ainda que o Tribunal Superior Eleitoral tenha proibido o uso do espaço para divulgar candidaturas, ele será utilizado para colocar questões eleitorais que podem afetar o desempenho dos ponteiros.

    É fato que, entre março e outubro, ocorrerá uma sucessão de eventos com potencial político relevante. A saber: janela partidária para deputados mudarem de partido; desincompatibilização de ministros e governadores que disputarão as eleições; debate sobre federação de partidos; propaganda partidária no rádio e televisão; e as convenções partidárias. Considerando o calendário, os fatores apontados e a certeza de que o acaso sempre aparece para contrariar as previsões, a corrida eleitoral está longe de definida.

    Publicado em VEJA de 23 de fevereiro de 2022, edição nº 2777

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.