Micro e Pequenas: desempenho pífio e baixa expectativa, mostra pesquisa
Sondagem do Simpi mostra que o primeiro semestre do ano foi fraco; e expectativa de melhora ainda é baixa entre as micro e pequenas empresas do País
Empreendedores brasileiros ainda patinam, mesmo com o governo Lula afirmando que tudo está indo bem na economia do País. É o que mostra uma pesquisa nacional promovida pelo Simpi, o sindicato que representa as micro e pequenas indústrias e antecipada por esta coluna. Feita entre 15 e 31 de julho, a sondagem mostra um panorama desafiador para as empresas desse segmento no País.
Com 712 entrevistas realizadas, a pesquisa indica que 50% dos dirigentes avaliaram que as vendas do primeiro semestre ficaram abaixo do esperado, enquanto 41% consideraram ter atingido as metas estimadas no início do ano. Esses dados refletem uma continuidade da tendência observada em 2023, evidenciando a dificuldade enfrentada por essas empresas em um cenário econômico instável.
As micro e pequenas indústrias desempenham um papel crucial na economia brasileira, representando uma parte significativa do setor industrial. De acordo com dados do IBGE, as MPI’s são responsáveis por cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do País. Além disso, elas representam aproximadamente 99% das empresas registradas no Brasil e geram cerca de 60% dos empregos formais no setor.
A expectativa para este segundo semestre, ainda segundo a pesquisa do Simpi, , mostra um leve otimismo. Quase metade dos entrevistados das micro (48%) acredita que as vendas serão melhores do que na primeira metade do ano, enquanto 33% preveem estabilidade. Essa expectativa de melhoria é um sinal positivo, mas também ressalta a incerteza que permeia o ambiente de negócios, com 15% dos dirigentes prevendo que as vendas irão piorar. Essa dualidade entre pessimismo e otimismo sugere que, embora haja esperança de recuperação, muitos empresários ainda estão cautelosos.
Outro ponto relevante da pesquisa é a baixa taxa de exportação entre as micro e pequenas indústrias, com apenas 3% afirmando vender produtos ou serviços para o exterior. Além disso, 28% das empresas que não exportaram expressaram o desejo de se tornarem exportadoras. Esse dado destaca a necessidade de políticas de incentivo à internacionalização dos MPI’s, que poderiam ampliar suas oportunidades de mercado e contribuir para uma recuperação mais robusta.
A importação também é um aspecto importante a ser considerado. Apenas 10% dos MPIs costumam importar materiais primários ou componentes, o que pode limitar a competitividade e a inovação dessas empresas. As baixas taxas de importação podem ser atribuídas a barreiras econômicas e à falta de conhecimento sobre o mercado internacional, o que reforça a necessidade de capacitação e suporte para que essas empresas possam diversificar suas fontes de fornecimento e expandir suas operações.
Ao fim e ao cabo, embora o governo Lula diga a todo momento que a economia está indo bem, a pesquisa do Simpi revela um cenário não tão luminoso assim sob a ótica das micro e pequenas indústrias no Brasil. Embora a maioria dos empresários ainda enfrente desafios significativos em relação às vendas, há um facho de luz no fim do túnel. A baixa taxa de exportação e importação indica uma necessidade urgente de estratégias que incentivem a internacionalização e a diversificação das operações dos MPI’s, fundamentais para a sustentabilidade e crescimento desse setor vital da economia brasileira.